Rosinha Queiroz Escritora e ilustradora

Nasceu em Recife/Pernambuco, em 22/02/1963, e atualmente mora em Olinda.

Formou-se em Arquitetura, pela Universidade Federal de Pernambuco, mas, depois de se apaixonar pela literatura para crianças e jovens, fechou o escritório e passou a se dedicar à ilustração.

Seu primeiro livro publicado foi Som Coração, em 1994. Desde então, procurou pretextos para caminhar entre imagens e palavras. A partir de 1997, começou a trabalhar em livros autorais, criando as próprias histórias, recontando a tradição popular, narrando conhecidos contos infantis apenas com imagens, adaptando romances da literatura de cordel a partir de xilogravuras. Pode ser prosa ou poema; usar madeira, papel ou tecido; bordar ou pintar com tinta acrílica, lápis ou guache. “Cada livro me indica um caminho estético e então uso os materiais que tiverem a ver com aquele texto, e para mim é uma diversão procurar sempre uma técnica nova”.

Segundo a autora, são muitos os caminhos percorridos desde a origem do livro até o momento em que os originais saem de suas mãos. Quando recebe um texto para ilustrar, por exemplo, o lê várias vezes para poder entender bem as entrelinhas, e cada vez mais, surgirem imagens na sua cabeça, pois são inúmeras as possibilidades que a criação apresenta. Passa um bom tempo também pesquisando imagens na internet e em livros, e fazendo experimentos. Até que uma memória, uma reflexão, um fato, um filme ou um outro livro lançam um fio de Ariadne e as escolhas são feitas.

Então, faz os esboços, monta um boneco, que é uma primeira versão do que será o livro, e envia para o editor. Depois da aprovação do boneco, passa para a finalização das imagens, que pode ser uma pintura com materiais diversos (tinta, papel, tecido, lápis de cor) ou no computador.

Quando usa os materiais escolhidos, já concretizando o planejado, costuma trabalhar até às 17h, quando o sol se põe. Não gosta de pintar à noite, com luz artificial, isso raramente acontece. Aproveita a noite para desenhar ou escrever. Se trabalha no computador, primeiro desenha à mão e escaneia, colocando depois a cor e a textura no computador. Nesse caso consegue trabalhar até mais tarde. Para as ilustrações dos seus textos o processo demora um pouco mais, pois passa um bom tempo pesquisando para produzir o texto. Escreve e reescreve inúmeras vezes. Em alguns livros só consegue começar os esboços se o texto estiver totalmente pronto. Outras vezes, faz os dois ao mesmo tempo. O resultado é uma variedade técnica e livros com identidades únicas.

Desafio maior, para ela, é juntar texto e imagem dando o mesmo significado sem um repetir o outro. “São dois signos diferentes ao mesmo tempo em que são os mesmos, porque se vê imagem na hora da leitura ou da escrita, e se vê narrativa quando está desenhando. Quando se consegue unir os dois, se potencializa a comunicação”.

Com tudo isso, Rosinha tem uma rotina puxada, acordando bem cedo, entre 5 e 6 horas da manhã, para aproveitar melhor a luz do dia. Nas primeiras horas responde e-mails, lista as tarefas do dia e resolve coisas administrativas. Só depois de tudo isso no lugar é que inicia o trabalho com os livros.

Como trabalha em casa, precisou desenvolver, ao longo dos anos, muita disciplina. Por isso organiza sua semana de forma a dar conta de trabalhar e resolver todas as coisas que é preciso fazer além do trabalho. Nas segundas, terças e quintas, trabalha das 6h às 22h e raramente sai de casa. Quartas e sextas passa o dia fora de casa, resolvendo coisas diversas, como ir a médicos, fazer pilates, fazer compras e aulas de inglês. No final de semana, se não tem programação de lazer, trabalha das 8h às 16h no sábado e no domingo apenas pela manhã. E ainda se organiza para passar um tempo com sua mãe, filhos e amigos.

Rosinha participa ainda de exposições da sua obra em vários países, trabalha com formação de leitores e, em parceria com Anabella Lopez, criou a escola Usina de Imagens, de formação de ilustradores.

Como arte-educadora, tem preocupação com a formação de leitores, e dá atenção especial a sessões de autógrafos, conversas em escolas e rodas de bate-papos. “É quando a gente vê o livro funcionando, pois tem uma distância entre eu estar em casa sozinha criando e o livro sendo vivenciado, e esse feedback a gente só consegue quando está na presença deles, ouvindo as dúvidas, as curiosidades”.

Mesmo com tantos afazeres, considera-se feliz, muito feliz, por trabalhar criando livros.

São 20 anos de uma trajetória marcante na literatura infantil, com quase uma centena de livros publicados – cinco deles pela Editora Projeto (ver abaixo) e sete no catálogo da plataforma digital Elefante Letrado, que a Escola Projeto está utilizando.

Sobre o livro digital acredita que o acesso a ele também a aproxima do leitor. “Para mim é muito legal ter livros incluídos na Elefante Letrado, eu acho um privilégio, porque sei que mais alunos terão acesso a eles, pois o problema de distribuição no Brasil é muito sério, e tem muitos lugares onde o livro não chega, então, se algumas escolas têm acesso a uma plataforma como essa é claro que o livro passa a chegar com mais facilidade nas mãos ou nos aparelhos dos leitores”.

Alguns destaques de suas publicações:

  • Coleção Palavra Rimada com Imagem, com três títulos, da Ed. Projeto, que ganhou vários prêmios: da FNLIJ, prêmio Açorianos e o prêmio Jabuti;
  • Chapeuzinho Vermelho, da Ed. Callis, que recebeu o prêmio White Ravens, catálogo da International Youth Library, de Munique.

Ver relação completa das publicações da autora e ilustradora em:

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Livros que escreveu e ilustrou para a ProjetoBalaio de ideias, 2000; Esmeralda, 2007; A história de Juvenal e o DragãoA história da Princesa do reino da Pedra Fina e A história da Garça Encantada, os três volumes que compõem a Coleção Palavra Rimada com Imagem, 2010.

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Vitor Ramil Compositor e cantor

Nasceu em Pelotas/Rio Grande do Sul, em 7 de abril de 1962.

Compositor, cantor e escritor, começou sua carreira artística ainda adolescente, no começo dos anos 80. Membro de uma família de músicos – com dois irmãos e um primo-irmão também compositores e cantores profissionais: a dupla Kleiton e Kledir e Pery Souza -, gravou seu primeiro disco Estrela, Estrela aos 18 anos de idade.

1981 – Estrela, Estrela

– É o seu primeiro álbum, que reúne canções que Vitor compôs a partir dos 14 anos de idade. Arranjos de Egberto Gismonti, Kleiton Ramil, Wagner Tiso e Luis Avellar. Produzido por João Augusto.

 1984- A Paixão de V Segundo Ele Próprio

– Com 24 canções e um elenco enorme de importantes músicos brasileiros, esse disco experimental e polêmico proporcionou ao público uma espécie de antevisão dos muitos caminhos que a inquietude levaria Vitor Ramil a percorrer futuramente. Sua sonoridade ia da música medieval ao carnaval de rua, de orquestras completas a instrumentos de brinquedo, da eletrônica ao violão milongueiro. Produzido por Kleiton e Kledir.

1987- Tango

– Trabalho de um grupo pequeno de músicos a partir de um repertório também reduzido. Em 8 canções o furor experimental e lúdico de antes cedeu lugar a letras densas e elaboradas de canções que viraram sucessos. O letrista se afirmava e o compositor tornava-se mais sutil. Produzido por João Augusto.

1995- À Beça

– O disco saiu como edição especial, em tiragem limitada, por uma revista de música de Porto Alegre, e representou um primeiro esforço de realizar algo a partir das ideias da estética do frio. Com versos leves, cheios de coloquialidade, em melodias fluentes e inusitadas concepções rítmicas. Produzido por Márcio Menescal e Alexandre Moreira.

1997- Ramilonga – A Estética do Frio

– Trabalho em que são inauguradas as sete cidades da milonga (ritmo comum ao Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina): Rigor, Profundidade, Clareza, Concisão, Pureza, Leveza e Melancolia. Através delas a poesia de 11 “ramilongas” percorre o imaginário regional gaúcho mesclando o linguajar gauchesco do homem do campo à fala coloquial dos centros urbanos. A reflexão recusa o estereótipo do gauchismo; o canto forte dá lugar a uma expressividade sofisticada e suave; instrumentos convencionais são substituídos por outros, como os indianos e africanos, nunca antes reunidos nesse gênero de música. Pela contundência de suas ideias e pela originalidade de sua concepção, Ramilonga é uma espécie de marco zero na carreira de Vitor Ramil. Produzido por Vitor Ramil.

2000 – Tambong

– Foi gravado em Buenos Aires e lançado em duas versões: português e espanhol. Seu resultado traz a musicalidade e poesia brasileiras combinadas com as dos países do Prata a fluir naturalmente em 14 temas, cujos arranjos fazem desse trabalho um dos mais originais da moderna música brasileira. Produzido por Pedro Aznar.

2004 – Longes

– Também gravado em Buenos Aires. Nesse trabalho, que tem grande dose de experimentalismo, Vitor Ramil aprofunda e aperfeiçoa a linguagem que começou a elaborar nos trabalhos anteriores. Os arranjos têm sua base no violão de aço arpejado de Vitor Ramil e nos baixos melódicos de Pedro Aznar. Produzido por Pedro Aznar.

2007 – Satolep Sambatown (com o percussionista Marcos Suzano)

– Disco em duo, com 11 canções, gravado a partir do êxito artístico e de público da colaboração entre os dois músicos em uma temporada de shows no Centro Cultural Carioca/RJ. Como o próprio nome indica, trata-se do encontro dos universos muito particulares desses dois artistas: de Satolep – anagrama de Pelotas, cidade natal de Vitor e também o nome do selo através do qual ele costuma lançar seus discos – veio a “estética do frio”, com arpejos em cordas de aço, harmonias abertas, melodias hipnóticas, letras cheias de poesia; de Sambatown – clara referência ao RJ, cidade natal de Suzano, nome do primeiro disco solo de Marcos Suzano e também de seu selo independente – veio o pandeiro único no centro de uma arquitetura rítmica, em que sons acústicos dialogam com ondas sonoras vindas do mundo da eletroacústica. Traz a canção 12 segundos de oscuridad, parceria com o compositor e cantor uruguaio Jorge Drexler, que também participa do disco como intérprete. Produzido por Vitor Ramil e Marcos Suzano.

2010- délibab

– Também gravado em Buenos Aires o disco é composto por 12 músicas, seis em português e seis em espanhol. Em português são as milongas compostas por Vitor para versos do poeta alegretense João da Cunha Vargas (1900-1980) e, em espanhol, as compostas para os poemas do argentino Jorge Luis Borges (1899-1986). Acompanha um DVD em que se pode ver cenas do processo de gravação e um clipe para a música Querência, entre outras coisas.

2013 – Foi no Mês que Vem

– Álbum duplo que traz, em 32 canções, amplo encontro do compositor com músicos e intérpretes brasileiros, uruguaios e argentinos: Milton Nascimento, Jorge Drexler, Fito Paez, Ney Matogrosso, Kleiton e Kledir, Pedro Aznar, Carlos Moscardini, Marcos Suzano, Kátia B., André Gomes, Santiago Vazquez, Franco Luciani, Ian Ramil, Isabel Ramil, Bella Stone, Carlos Badia e a Orquestra de Câmara Theatro São Pedro. Gravado em Buenos Aires (por Matias Cella), Rio de Janeiro, Porto Alegre e Dublin/Irlanda, e mixado e masterizado na Califórnia/EUA. Junto com o disco, é lançado o Vitor Ramil – Songbook, Ed. Belas-Letras, com uma seleção de 60 partituras completíssimas (melodias, harmonias, afinações, diagramas, tablaturas etc.) de canções de Vitor, elaboradas por Vagner Cunha e Fabrício Gambogi, com apresentação de Luís Augusto Fischer, biografia por Juarez Fonseca e análise de canções por Celso Loureiro Chaves. O disco foi produzido através de campanha de financiamento coletivo que foi a mais bem-sucedida do Brasil em seu momento e atingiu 8 países. Produzido por Vitor Ramil.

2017 – Campos Neutrais

– Lançado através de outra exitosa campanha de financiamento coletivo, o disco foi gravado em Porto Alegre (estúdio Audio Porto) e mixado em Los Angeles, EUA (Moogie Canazio, estúdio Move), com as participações do percussionista argentino Santiago Vazquez e do Quinteto Porto Alegre (dois trompetes, trombone, trompa e tuba), com arranjos de metais de Vagner Cunha, misturando sotaques e idiomas em quinze canções inéditas de Vitor, que incluem parcerias com Chico César (Paraíba), Angélica Freitas (RS), António Botto (Portugal), Joãozinho Gomes (Amapá) e Zeca Baleiro (Maranhão), além de versões para músicas de Bob Dylan (EUA) e Xöel Lopez (Galícia). Participações especiais de Carlos Moscardini (Argentina), Felipe Zancanaro (RS), Chico César, Zeca Baleiro e Gutha (RS). Um novo songbook foi lançado junto ao álbum, com transcrições do repertório do disco, textos e fotos. Produzido por Vitor Ramil.

Algumas de suas canções foram gravadas por intérpretes como Mercedes Sosa, Milton Nascimento, Gal Costa, Jorge Drexler, Zizi Possi, Ney Matogrosso e Tommy Körnberg, entre outros.

Apresentou suas canções e fez conferências em diferentes locais do Brasil (principais capitais) e do exterior (Uruguai, Argentina, França, Portugal, Espanha, Irlanda, Japão, Suíça, Colômbia), bem como participou de programas de rádio e TV, como:

No final de 2007, Vitor recebeu no Theatro Municipal do Rio de Janeiro o Prêmio Tim de Música (que depois veio a se chamar Prêmio da Música Brasileira), como Melhor Cantor, na categoria Voto Popular. Em 2011 ele voltaria a ganhar o prêmio de Melhor Cantor, desta vez pelo disco délibáb. No Rio Grande do Sul, Vitor é o artista que mais vezes recebeu o troféu Açorianos: 18 vezes.

Além dos discos, Vitor tem 4 livros publicados: Pequod (1999), A Estética do Frio (2004), Satolep (2008) e A primavera da pontuação (2014), os dois últimos pela Ed. Cosac Naify.

Vitor é casado com Ana Ruth, tem dois filhos, Ian e Isabel, e uma netinha, Nina, filha de Ian e Laura Gastaud. Ian e Isabel também são artistas: ele é músico e compositor (com dois discos lançados e um prêmio Grammy); ela é artista visual (exposições no Brasil e exterior e um troféu Açorianos). Depois de ter vivido em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, Vitor hoje mora em Pelotas, na casa em que nasceu e cresceu com seus pais e irmãos.

Site do músico: http://www.vitorramil.com.br/

 

Mauro Fuke – o escultor da madeira

Mauro nasceu em Porto Alegre, em 1961. Escultor, vive e trabalha em Eldorado do Sul (RS). Cursou bacharelado em desenho no Instituto de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Trabalha principalmente com escultura em madeira, tendo uma importante habilidade técnica que caracteriza a sua produção. A matemática e o uso de softwares de modelagem tridimensional têm contribuído significativamente na elaboração de sua obra.

É pai da Lara, ex-aluna da Projeto e hoje também artista visual, e esposo de Lia Menna Barreto, artista estudada pela escola em 2004.

Realizou diversas exposições individuais e coletivas em diferentes estados do Brasil. Recebeu diversos prêmios pelo seu trabalho. É autor de importantes painéis e murais de nossa cidade, como o painel escultórico da Casa de Cultura Mario Quintana, o mural Iluminuras, no viaduto Ildo Meneghetti, o grande mural em pastilhas no aeroporto Salgado Filho e o mural que se encontra nas marquises de entrada da Faculdade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Texto adaptado do site: https://www.catalogodasartes.com.br e do blog do artista: http://mauro-fuke.blogspot.com.br

 

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