Você já pensou que uma escola de educação infantil pode ser um verdadeiro laboratório de ciências? Siiiim! Esqueça um pouco a imagem daquela sala asséptica, toda branca e cheia de tubos de ensaio. Muitas vezes, a verdadeira Eureka! pode estar escondida em uma despretensiosa atividade no pátio ou mesmo em uma oficina de culinária. Vem ver como isso acontece quase todos os dias aqui, na Unidade 1 da Projeto.
#1 A MÁGICA DA CULINÁRIA
Preparar um bolo é uma espécie de truque de mágica aos olhos de uma criança pequena. Ovos, farinha, fermento, unidos, misturados por muitas mãos, tornam-se uma massa em crescimento ao reagir ao calor do forno e acabam na mesa do lanche coletivo, rendendo uma aula sobre alimentação saudável em contraponto ao fast-food das comidas industrializadas. Também é uma lição sobre socialização, partilha de gostos, saberes e vivências e, olha só que legal, um dia de cientista. E não é só de bolo que vive nossa valorosa ciência. Uma batata, ainda dura, pode ficar molinha depois de ir ao fogo numa panela com água, virando um delicioso lanche. Na experiência com o fermento que faz a massa crescer ou da batata que amolece na panela, as crianças naturalizam aprendizados importantes de química, sem depender apenas de um livro cheio de texto e fórmulas, bem perto da vida real. Não é demais?
#2 AO JARDIM!
Outro dia teve pizza nas turmas do infantil, pizza feitinha pelas crianças, com a ajuda da professora. Mas um detalhe especial tornava a experiência mais um flagra de como as aulas de ciências fazem parte da rotina pedagógica aqui da Projeto. As ervas frescas com as quais elas temperaram o lanche vieram sabe de onde? Da horta cuidada por elas no jardim da escola. A cada início de ano letivo, as turmas da educação infantil são convocadas para conhecer um espaço importante nos fundos do pátio da escola. Uma área onde o sol bate pela manhã, com uma boa sombra à tarde e com muita terra sempre úmida e rica para abastecer de nutrientes as mudas e sementes que elas plantam e observam crescer ao longo dos meses. Até as frutíferas entram no aprendizado. Depois de verem as sementes de pitangueiras virarem plantinhas em crescimento, as crianças podem gerar mudas para presentear pessoas queridas. Tudo isso, é claro, com o composto da terra, o efeito do sol nesse espaço e a rega que fazem em aulas de ciências práticas e diárias. E, principalmente, muito cheirosas e saborosas. Difícil esquecer lições ensinadas dessa maneira, né?
#3 RECICLAR PARA CUIDAR
Pode observar: no início do ano letivo, é ainda comum vermos como os lanches chegam de casa protegidos por inúmeras embalagens desnecessárias. Mas vêm dos próprios alunos e alunas, aos poucos, a principal lição: reduzir para cuidar, reciclar para reaproveitar. É o resultado de um trabalho de formiguinha no dia a dia das nossas aulas: mostrar que o suco pode ser colocado em uma térmica, o sanduíche em um potinho, embalagens reaproveitáveis e não simplesmente descartáveis. Mais do que apenas repetir esses cuidados, fazemos questão de mensurá-los, quantificando a experiência científica. Dispostas em sacolas, as embalagens descartáveis ficam visíveis a alunos e alunas, passando, ao longo do ano, a ficarem cada vez mais raras. As hipóteses iniciais de que, com pequenas mudanças na rotina, conseguimos reduzir o impacto de nossas ações no meio ambiente, acabam sendo confirmadas. Com direito a registro científico e tudo!
#4 BORA SE SUJAR!
Criança ama colocar a mão na massa, fazer misturas, criar novos objetos, experimentar. Então, por que não transformar as aulas de arte em um verdadeiro laboratório de cientista? Sim. Por meio de atividades despretensiosas como uma simples criação de melecas, os pequenos aprendem sobre materiais que se misturam e materiais que não se misturam, entendem o princípio da criação de inúmeras cores a partir do amarelo, do azul e do vermelho, as cores primárias, entendem como um objeto original pode ganhar novas funções se acrescentados a ele outras peças ou elementos. É a ciência brincando. Einsten já dizia “A lógica vai levar você de A a B. A imaginação vai levar você para qualquer lugar”. E é isso mesmo: criando coisas novas, errando, acertando, se sujando, se melecando, os pequenos vão entendendo alguns conceitos fundamentais da área científica, como a importância da hipótese, dos erros e experimentações. Até mesmo “capturar” água de uma bacia com um conta-gotas, ou canudinho, como eles chamaram, pode virar uma divertida maneira de interagir com elementos, numa iniciação científica prazerosa e inesquecível.
#5 CONSTRUTORES
Explorar e observar os trajetos que os objetos fazem sob efeito de uma força aplicada, de um peso ou mesmo da inclinação de um caminho pode parecer de uma complexidade bem distante de uma sala de aula da educação infantil, não é? Não mesmo. Com recursos pedagógicos lúdicos, os pequenos conseguem vivenciar brincadeiras que os aproximam desses aprendizados. E uma dessas atividades é a criação de “engenhocas”. Na montagem de peças criadas em grupos, eles conseguem testar hipóteses de como fazer as engenhocas se movimentarem. Sim. Ciência pura!