Deborah Vier Fischer
Não sei se consigo palavra melhor para descrever Yanto Laitano, o “Camarada”.
Ele se apresenta como um cara tímido, que às vezes fala bobagens por não saber muito o que fazer quando se percebe sem jeito, envergonhado. Pode até ser, mas não é o modo como percebemos a sua presença na escola nestes últimos três meses. Pelo contrário, Yanto se apresenta como um verdadeiro camarada, alegre, inventivo, inquieto, leve, incrível!
Fala de sua trajetória e reforça algo que, por vezes, não gostamos muito de ouvir: diz que é preciso ouvir “nãos” na vida, para aprender, para rever o que pensou, mas jamais para desistir.
Nosso Camarada, quando mais jovem, sonhava em ser famoso, queria ser como os Beatles, mas hoje sabe o quanto pode ser chato ter essa fama toda, a pessoa não tem descanso, não pode sair na rua, ir ao supermercado tranquilamente. Hoje entende que o melhor de tudo é que as pessoas interessantes o conheçam, curtam a sua música. Essa é sua melhor fama!
Entre conversas e cantorias, perguntas fáceis e nem tanto, a derradeira pergunta vem de um menino beirando os 8 anos de idade: – qual a música que tu fez que tu menos gosta? Bah – responde Yanto – tu me pegou. Não tem uma que eu não goste, mas tem algumas que são mais difíceis de tocar, então, se eu posso, evito de tocá-las. Para o Yanto, a música é um reflexo do que está sentindo e é também um modo de colocar para fora, fazer sair de dentro dele sentimentos de alegria e de tristeza.
O Camarada explica para as crianças que é um cara exagerado, dramático e isso ele leva para as suas canções. Por isso, diz ele: – não se preocupem quando eu digo na música que vou matar alguém ou que “quero levar os teus olhos castanhos comigo”, são apensas figuras de linguagem, alerta, não sou violento, apenas intenso. E dá uma das suas boas gargalhadas!
Uma verdadeira aula estar com o Yanto Laitano, estudar sua obra, experimentar sonoridades. Yanto fala de tudo um pouco, transita pela vida com alegria e com muita, muita inspiração.
E, para finalizar, que tal experimentar um coral de cachorros com latidas, rosnados, chorinhos e uivos? Tá valendo! Ensaio feito, show a postos. Dá-lhe Yanto, nosso capitão camarada!