Amanda Rodrigues (* )
Sempre acreditei no poder da empatia. Acredito que o ato de calçar o sapato do outro muda o mundo. Afinal, todas as dores e felicidades importam. Não só as nossas.
Ao me tornar professora, pude entrar em contato com diferentes crianças, e elas me fazem até hoje um pouco mais professora a cada encontro. Isso já era esperado por mim: crianças e seus incríveis mundos de perguntas e poesias. Só que me deparei com um outro elemento, que não estava no meu script: as famílias.
Como lidar com adultos cheios de expectativas sobre o aprendizado dos seus pequenos? Como ser afeto e segurança para essas famílias que escolheram a Projeto para fazer parte de suas vidas?
A jornada não foi tão fácil, mas foi repleta de envolvimento e aprendizado, de ambas as partes. À medida que conhecia cada um desses adultos, pude notar a imensa dedicação e o amor que a educação parental envolve. Senti empatia por eles e, através das nossas trocas, pude sentir o desejo de fazerem parte de um aprendizado efetivo. O ensino passou a ter um novo significado para mim, ficou ampliado. Pude compreender e conhecer cada expectativa individualmente. Isso fez com que meu trabalho fosse mais personalizado para aquele grupo: a turma 11 do ano passado foi única, assim como a turma 21 deste ano também está sendo.
Hoje, depois de me tornar mãe, pude entender ainda mais as famílias, as inquietações, felicidades, angústias e prazeres que o desenvolvimento de um filho(a) traz.
Hoje, eu sei que a escolha que elas fizeram de acreditar na Projeto foi uma escolha de amor. Que as minhas sejam tão assertivas assim.
(*) Professora do 2º ano na Escola Projeto.