Beth Baldi (1)
Em agosto do ano passado, publicamos neste blog um texto sobre três ex-alunas da Projeto – Nathalia Schul, Lara Fuke e Anaís Grala Wegner (2) -, que foram notícia no jornalismo cultural da cidade naquele momento, nos enchendo de orgulho.
Pois, agora, voltamos para festejar mais alguns(as) deles(as) que estiveram em destaque, uns antes, outros mais recentemente…
Começamos com o Leo Silvestrin, que ilustrou mais um livro escrito por Ricardo Silvestrin, Irmão Robô, lançado pela Editora Libretos há pouco mais de uma semana, no sábado, 20 de julho. Responsável pela capa e ilustrações internas, ele já havia ilustrado também o livro anterior do autor, Carta aberta ao Demônio (Libretos, 2021). O lançamento aconteceu na Livraria Paralelo 30, com bate-papo entre o autor, o ilustrador e o poeta Jorge Fróes, e com sessão de autógrafos.
Um pouco antes disso, em março deste ano, foi a Maria Petrucci que lançou o livro O Antropoceno: da Crise Climática à Crise do Pensamento, em que apresenta como pesquisadora uma visão crítica do conceito de antropoceno e aborda seus outros “nomes” (o capitaloceno, o negroceno, o plantationceno…), percorrendo o pensamento de autores como Donna Haraway, Timothy Morton e Bruno Latour. A editora é a Contratempo, fundada recentemente em Porto Alegre, e o livro foi lançado com debate entre a autora e convidados, espaço para perguntas e sessão de autógrafos também na Livraria Paralelo 30.
Mas esse foi o segundo livro da Maria Petrucci. Sua estreia se deu com Prelúdios, em 2021, pela Víbora Edições, ilustrado, aliás, por outra ex-aluna, a Lara Fuke, já citada no texto anterior. Segundo o escritor Paulo Neves, em sua resenha sobre esse primeiro livro da Maria (Matinal/abril de 2022), ela surpreende e encanta com os versos e prosas que reuniu, aos 25 anos, a partir do que vinha escrevendo desde os 18 “para falar de suas experiências, indagações (sobre os grandes temas do amor e da morte), sonhos, lembranças, viagens, para examinar as minúcias dos seus afetos, a maneira como ela se vê e como vê os seres que a rodeiam, a própria estranheza, enfim, que há no mundo.”
E falando sobre esse local especial em que os livros do Leo e da Maria foram lançados recentemente – a Livraria Paralelo 30 –, destacamos o Alfredo Job, que também estudou na Projeto e é um dos donos da livraria, junto com sua companheira e mais um casal de amigos. Localizado na Rua Vieira de Castro, 48, o espaço foi inaugurado em dezembro de 2022, para alegria dos porto-alegrenses, que ganharam mais um local de encontros em torno dos livros.
Ali, pertinho, nos deparamos com outra artista que já estudou conosco, a Ana Cândida Sommer. Foi na saída de um dos eventos da livraria, na mesma Vieira de Castro, esquina com Venâncio Aires, na Casa Musgo – espaço cultural que reúne atelier, galeria de arte e loja -, onde encontramos trabalhos em cerâmica e aquarela da Ana. Tendo se formado em Artes Visuais pela UFRGS, ela hoje trabalha como ilustradora freelancer e produz cerâmicas lindas e super delicadas.
Ainda trazemos a Marina Tavares Jerusalinsky, das artes visuais e da escrita, que lançou Adjetivo Feminino – Dicionário de experiências, pela Bebel Books, em 2023, e a Catharina Conte, atriz de teatro reconhecida na cidade, que realizou leituras dramáticas de trechos do livro no evento de lançamento, que ocorreu em janeiro deste ano, na Livraria Clareira. O livro, cheio de ironia, reúne experiências – da própria autora e de mais de quarenta mulheres que colaboraram com sua elaboração – sobre o que significa ser mulher na sociedade em que vivemos, traduzindo-as em verbetes para 59 adjetivos. As duas artistas foram colegas em sua infância na Projeto, e foi delicioso ver esse reencontro!
E, para encerrar este registro, vem o pessoal da música: a Dominique Pinto, aliás Dom la Nena, como é agora mais conhecida – toca violoncelo divinamente e de um jeito bem incomum e criativo, além de compor e cantar -, e o André Mendonça – contrabaixo da Marmota Jazz, banda já super cult da cidade -, aos quais temos tido a alegria de acompanhar e assistir há um bom tempo.
A apresentação mais recente de Dom la Nena, por exemplo, aqui na cidade, foi em novembro de 2023, no Centro Histórico-Cultural Santa Casa. Mesmo morando em Paris e já tendo realizado shows em várias cidades pelo mundo afora, colaborando com artistas como Jane Birkin, Jeanne Moreau, Marcelo Camelo e a mexicana Julieta Venegas, ela também se apresenta de vez em quando por aqui, para nossa sorte. Já gravou vários álbuns e está em diferentes plataformas digitais.
Com a mesma alegria e deleite, temos tido oportunidade de curtir o André com sua Marmota Jazz. E, no caso dele, que mora em Porto Alegre, têm sido várias vezes e em diferentes bares e casas de espetáculo. Uma apresentação especial em que estivemos foi no Obutiá, em Itapuã, à beira do Guaíba e com direito a um lindo pôr do sol, em maio de 2022, comemorando um dia das mães. A Marmota Jazz tem pelo menos dois álbuns gravados, alguns singles e também pode ser apreciada em diferentes plataformas digitais.
Nosso desejo nesta publicação foi contemplar as maravilhosas peripécias de outros(as) ex-alunos(as) da Projeto, além daquelas citadas no primeiro texto. Mas também, confessamos sem modéstia, desejávamos nos exibir mais um pouquinho… Afinal, alguma influência a escola deve ter tido nessas suas trajetórias, para além, é claro, de seus talentos pessoais e das vivências com suas famílias e demais relações, assim como dos diversos estudos que tenham realizado.
E, como vocês já devem ter se dado conta pelo título deste texto, a ideia é seguir publicando as lindas aventuras deles e delas que nos chegarem. Oxalá sejam muitas e lhes tragam sempre alegrias e realizações!
(1) Diretora pedagógica da escola.
(2) https://www.escolaprojeto.g12.br/tres-casos-recentes-pra-gente-se-orgulhar/