Ou:
a importância de conhecer a mãe da noiva,
o pai do noivo
Rubem Penz
Projeto pedagógico, qualificação dos professores, estrutura física, acolhimento afetivo, escala de valores, custo-benefício, atividades extraclasse, atenção personalizada, localização…
São tantas as variáveis na hora da matrícula dos filhos na escola A, B ou C, entre tangíveis e intangíveis, que há quem padeça de vertigem. Outros, crendo existir um local com o melhor de todos os mundos, frustram-se ao descobrir o óbvio: há escolhas, também descartes. Grandes, pequenas ou médias; tradicionais, inovadoras, leigas ou confessionais, a cidade oferece variedade, sim, unanimidade, jamais.
Ainda envolvido na teia das certezas (nem sempre tão certas), é óbvio que toda mãe, todo pai, deseja para sua criança um local perfeito. Um ambiente que mais se aproxime deste ideal para os estudos. Igualmente, não se supõe aos profissionais dedicados à educação outro foco senão cumprir as mesmas expectativas, concorrendo ao afiançar tais compromissos. Logo, teríamos, no campo das intenções, um enorme empate. Em tese.
Mas, na prática, na urgência do calendário, na iminência da encruzilhada, quais critérios definiriam um bom modo de desempatar a disputa? Tenho um preferido e sua averiguação mal ultrapassa a soleira da porta da escola. Este critério também dialoga com o atual momento da sociedade, no qual as informações são produzidas e disseminadas de modo horizontal.
Depois de pesar prós e contras de A, B ou C, com equilíbrio, o segredo é avaliar o perfil das famílias que confiam seus filhos a uma ou outra instituição. Na média, haverá uma face delineada, uma tendência, pontos convergentes. Uma escala de valores semelhante, pois a unanimidade é impossível.
Por que penso assim? Ao reconhecer que perfeição não existe, sigo no caminho do melhor diálogo para corrigir eventuais dissabores. Quando boa parte das famílias tem um perfil semelhante, as demandas (e as soluções) tendem a ser mais harmônicas. Se não há escola perfeita (nem aluno, pais, nada ou ninguém), ao menos teremos parcerias para evoluir as questões.
Fica a dica: antes de matricular sua criança, junte ao leque de informações institucionais um bom papo na saída das escolas pesquisadas. Vale conversar com mães e pais, sentir o que eles pensam da sociedade, colher suas crenças em termos de educação. O que buscam no colégio e o que recebem dele. Veja se a criança sai faceira ou triste. Respire estes ares. Funciona mais ou menos como conhecer a família do par amoroso antes do casamento. Com atenção, dá para intuir o futuro, na esperança do felizes para sempre.