MÃES NA QUARENTENA
Nos textos do mês de maio, diferentes mães relatam aspectos de suas vidas e experiências na quarentena.
Nunca fomos tão exigidas em termos de capacidade de resiliência, sublimação e enfrentamento de medos.
A morte tornou-se naturalizada. Ficar preso e isolado é mais saudável.
Mães e pais perderam o apoio fundamental das escolas. O trabalho perdeu-se ou tornou-se isolado pela virtualidade.
As narrativas que seguem revelam esse momento de uma forma real e entremeada de afeto e criatividade.
Nina Furtado (1)
Revelam, ainda, garra e força: além de todas as exigências deste momento tão conturbado, elas acharam tempo pra registrar e compartilhar suas experiências! Obrigada!
Com seus registros homenageamos todas as mães da escola: as de agora, incluindo as professoras-mães, as de antes – de ex-alunos(as) – e as futuras.
Parabéns, com abraço carinhoso e cheio de admiração!
(Direção da Projeto)
Como viajar com a escola na pandemia
Denise Balem Yates (2)
No começo da pandemia por Covid-19, em 2020, tivemos aqui em casa um momento inicial de empolgação com o isolamento social. Lemos mais, assistimos vídeos sobre vários assuntos e de diferentes lugares do mundo. Com o tempo o hábito foi se instalando – e a exaustão também. Nos adaptamos, dentro do possível, ao contexto de trabalho e estudo remotos e paramos de buscar coisas novas.
A leitura dos livros da Sônia Rosa neste primeiro trimestre de 2021 (e em novo período de aulas exclusivamente remotas) nos deu novo ânimo. Lendo sobre Zumbi, Maracatu, tambor de crioula e outros temas, pesquisamos sobre diferentes regiões do país e sobre a cultura negra, que ainda hoje infelizmente se encontra em um lugar “tão longe/tão perto” de nós.
Ler sobre Maracatu nos fez entrar em contato com o nosso passado também. Mostramos ao Kauan os clipes de Chico Science e Nação Zumbi. Temos um amigo em Recife que nos mandou áudios sobre o Carnaval de lá e o Maracatu Nação. Pesquisamos vídeos na internet e encontramos outro Cauã, da mesma idade que o nosso (5 anos), ensaiando para brincar no Maracatu Rural, sustentando uma lança.
A autora convidada nos fez desejar viajar novamente e nos reaproximar da cultura tão brasileira. Neste momento de tantas tristezas que vivemos como país, esse não é um feito pequeno. A escola segue nos mostrando como é possível aprender com prazer. E esse também não é um feito pequeno num momento tão difícil.
(1) Psiquiatra, Professora da Faculdade de Medicina da PUCRS, Mestre e doutora em Comunicação Social na área da Linguagem e Semiótica, parceira da Projeto em vários eventos, e mãe da Teté, umas das mães que terá seu texto publicado este mês.
(2) Mãe de aluno do Grupo 5, da educação infantil da escola, e Psicóloga.