Depoimentos dos pais de alunos e alunas 2020 • #ProjetoemCasa
Fim de um ciclo
O ano que se encerra marca o fim de um ciclo para o Santiago. Concluído o 5º ano do Ensino Fundamental, o Santi troca a Escola Projeto, que nos acolheu em março de 2016, junto com o nascimento da Alícia, pelo Colégio João XXIII.
O sobrado da José Bonifácio, nas franjas da Redenção, foi uma extensão da nossa casa por cinco anos. Naquele casarão aconchegante, onde todos se conhecem pelo nome, os meninos e as meninas estudam se divertindo. É um espaço inclusivo, que acolhe e integra. No anfiteatro da Projeto, as crianças conheceram Totonho Villeroy e Mônica Tomasi, compuseram com Vitor Ramil, interagiram com a grande com Zoravia Betiol. Nas salas de aula, Santiago aprendeu matemática, português, artes, literatura, inglês, ciências. E tratou divergências em assembleias com colegas e professores.
A Projeto sempre foi importante para todos aqui em casa, mas, nos últimos dois anos, tornou-se essencial. É uma trincheira de resistência, de convivência fraterna, de tolerância e de incentivo ao pensamento crítico. O sentimento que fica é de vazio.
Quando as tias do Santiago tentavam consolá-lo, na última segunda-feira, dizendo que vários colegas também iriam para o João XXIII, ele sintetizou o que a gente também está sentindo:
– Mas vou sentir saudade é da escola!
Todos sentiremos saudades.
Obrigado aos professores, funcionários, pais e colegas do Santi pelo convívio.
Vida longa ao projeto da Projeto!
Carlos e Vivian Etchichury, pais do Santiago, (5ºano, turma 52 )
A escola Projeto vai até o quinto ano. O final do quinto ano é um momento de fim/uma véspera de recomeço. Por motivo de amizade com o Rafa, professor de teatro (1- quantas amizades da vida toda a Projeto me deu; 2 – que saudade dos nossos cafés na volta da escola, Rafa), já fui a dois espetáculos de final do quinto ano, coordenados por ele. São peças de teatro montadas pelas crianças. O Rafa coordena a montagem de uma peça única, feita coletivamente pelas turmas – e eu fico sempre besta de como ele consegue trabalhar com mais de uma turma ao mesmo tempo. O encerramento ocorre lá no teatro da Santa Casa e eu e Clara choramos um rio inteiro ano passado – com a peça tão política que as crianças fizeram – de uma sociedade transformada em robôs. Nossas lágrimas fizeram coro com a emoção das crianças, das professoras, com a afetividade de uma escola. 2020 foi/é o último ano da Clara na escola. Calhou pra nós (como calhou pra todo mundo) não ter o ano dos sonhos. Então, ficou faltando muita coisa nesse quinto ano. A viagem, os passeios, as Assembleias (que é uma das coisas mais lindas da escola), a biblioteca, todo mundo junto no pátio, etc, etc, etc. Fato é que esse quinto ano aconteceu de forma muito bonita – do jeito que deu. Um ano centrado na educação antirracista, um ano de ouvir lideranças indígenas, um ano de ler muitas mulheres e falar de feminismo (assunto não só puxado pela maravilhosa Carol, mas também pelas meninas da turma). Vem aí uma geração que não vai deixar barato. Um ano que a escola esteve dentro da minha casa, o grêmio estudantil também. A escola deixou marcas profundas aqui em casa – inclusive nas paredes. A gente vai olhar pras paredes por muito tempo e lembrar que estudando grafite e as garotas do grafite – uma menina achou que podia fazer igual e fez. Achou que podia porque ouviu isso muitas vezes em casa, mas também na escola – onde passou cinco anos sendo incentivada – inclusive nas horas de dificuldade. Cinco anos sendo alimentada de literatura e referências de arte. Cinco anos que mudaram os traços dela – com e sem metáfora. Cinco anos da primeira vez que eu levei ela pela mão (ou ela me levou) para a “escola dos grandes”. Uma escola que nos modificou e nos deu tanto. Uma escola que fica na minha vida – nas amizades que fiz, no que vi e no que refleti sobre educação. Uma escola que fica no jeito que a Clara tem: um jeito de Graça, de Jaque, de Virgínia, de Caliana, de Carol, de Deborah, de Rafa, de Ianes, de Márcio, de Débora, de Rafael, de Saiô, de Carmelita e muitas outras gentes. Das mais lindas que cabem na palavra gente.
Obrigada, Projeto.❤️
(Segunda é a cerimônia de encerramento virtual. Vou chorar muito e, provavelmente, continuar esse texto)
Cristine Zancani, mãe da Clara (5º ano)
A Projeto foi nosso oásis nessa pandemia. Mesmo sendo uma situação inusitada e angustiante para todos, direção e professoras conduziram a adaptação necessária com a tranquilidade de sempre. Pude acompanhar, com encantamento, a qualidade das atividades sendo desenvolvidas na sala de aula da minha casa. Como uma escola com poucos alunos, voltar às aulas presenciais foi acima de tudo uma maneira segura de flexibilizar a interação das crianças num ambiente acolhedor e com todos os protocolos necessários. Sendo este o último ano do meu filho na escola, só posso dizer que já estamos com saudades.
Eduardo e Patrícia, pais do Nicolas (5 ano, turma 52)
Queridos professores da Escola Projeto,
Construir pontes entre a emoção e a palavra nunca foi meu forte, preferi construir em concreto por aí. Hoje me arrisco nessa arte que não domino para tentar transformar em palavras minha emoção com o encerramento das aulas e fim do ciclo escolar do meu menino na Escola Projeto.
Quero agradecer pelos anos de convívio amoroso, respeitoso e pela alegria de ver bem um filho amado. Gratidão por pessoas que acolheram, incluíram e acima de tudo exerceram com amor seu ofício de professor.
Digo de causa própria que a inclusão escolar é uma experiência artística e é neste ponto que a história da nossa família se cruza com a Escola Projeto. A primeira vez que chegamos, machucados de trajetos anteriores, nenhuma palavra precisou ser dita, como se soubessem fomos acolhidos. O menino foi observado, não como aquele que não cabe ali, mas como a melhor matéria-prima de um artista.
A escola foi o artista, um artista que olha a matéria e vê o que não vemos, que trabalha, molda, cola, costura, agrega, retira, aceita e entende suas limitações. Porque inclusão escolar não é sobre laudos, pareceres e adaptações curriculares é muito além disso, é uma ato de fé daquele que professa a crença na educação. É um trabalho artístico e assim sendo, não tem regras, não tem limites é para todos!
Depois destes anos temos conosco as coisas mais lindas do mundo! Lembranças de um trajeto de trabalho e afeto. Boas amizades e um menino confiante, alegre e sabido! Ao seu lado artistas-professores, ou professores-artistas exímios no desempenho do seu ofício. Para sempre nosso profundo respeito e admiração.
Sentiremos saudades, com carinho.
Isabela e André, pais do Antonio (5º ano)
Um dia, abrimos a câmera e convidamos a Projeto a entrar em nossa casa. Ouvir de novo a voz da profe, depois de um tempo de incertezas, medos e angústias, trouxe alívio. Trouxe esperança.
Aprendemos a coo-perar, a dividir angústias e alegrias, muitas vezes, só com o olhar. Cantamos parabéns, viajamos a lugares, visitamos obras de arte, ouvimos e fomos ouvidos. Olhamos para todos e para cada um e seguimos sendo olhados, de forma individual. A Projeto que nos acompanhou nesse tempo de pandemia segue sendo a NOSSA PROJETO.
Lucia Firpo Vieira da Cunha, mãe da Júlia Trindade(5º ano)
“Por ser a Projeto uma escola que preza tanto o fazer coletivo na educação, não foi surpresa durante a quarentena assistir às aulas em casa e ver a participação de todas crianças sempre com aquela atitude de “ninguém fica para trás”.
A expectativa de nosso filho nos horários das aulas nos dá a certeza de que ele é feliz fazendo parte do grupo da Projeto.
Aqui a gente sempre se refere, satisfeitos, que investir no ensino básico da Projeto tem sido o melhor presente para a infância e para o futuro dele. “
Cristine e Jefferson, pais do Antônio Rochol Lanes(4º ano)
Um ano especial
O último ano na Escola Projeto tinha tudo para ser um período especial. Afinal, encerrava um ciclo de formação, teria a tão esperada viagem para as Missões, o grêmio estudantil e tantas outras atividades que deveriam marcar o quinto ano e a despedida do colégio que, desde o começo, foi muito importante na formação educacional da Antônia, nossa filha.
Acabou acontecendo, porém, desse último ano cair justamente neste 2020 louco e quase infinito. Mesmo assim, apesar da pandemia de coronavírus, do distanciamento social e das aulas online – ou talvez por tudo isso junto e misturado – esses meses até aqui não deixaram de ser surpreendentes e, de certa forma, especiais.
Não dá para negar que no começo foi bem complicado. Afinal, mesmo com as facilidades digitais de hoje em dia, zapzap e sites de reuniões online, os colegas acabaram perdendo contato. Se distanciando. O mesmo aconteceu com relação aos professores. Aos poucos, entretanto, acredito que a Antônia, assim como os demais alunos da turma, foi se adaptando às ferramentas disponíveis e encontrando suas formas de se motivar para as aulas.
Se no começo estranhávamos ela sempre quieta, sem participar, nas últimas semanas temos notado uma participação maior. É normal, por exemplo, nas quintas pela manhã, ouvi-la gritando algumas frases sem sentido para nós. Claro, é dia de aula de teatro do professor Rafael. E eles estão ensaiando a apresentação de final de ano!
Sim! Vamos ter, ainda não sabemos como nem onde, a tradicional peça de encerramento do quinto ano. Ela será realizada, como sempre aconteceu desde os primórdios da Projeto. De um jeito diferente, porém. Dessa vez, está sendo preparada, e possivelmente, será apresentada, de uma forma diferente.
Aliás, falando do teatro, acho que vale lembrar um fato de antes de a Antônia ir para a Projeto. No dia em que ela visitou a escola, fomos conhecer as salas. Ao mostrar a de teatro, em toda a sua timidez de seis anos, a Antônia abriu um choro sentido. Quis saber o motivo, e ela:
– Pai, eu não quero fazer teatro! De jeito nenhum!
Bom, passadas as primeiras semanas de aulas com o profe Rafael, ela pediu:
– Pai, tem oficina de teatro! Posso fazer?
E eu:
– Mas tu tinhas me dito que não ia querer fazer teatro, filha?
E ela:
– Ah, pai! É que adorei a aula! Adoro o profe Rafa!
Bom, como ia dizendo, tem sido interessante acompanhar, mesmo que de relance, alguns momentos das diversas aulas. É importante notar como ela evoluiu, perdendo a timidez frente à tela do computador e passando a participar mais das aulas. É curioso ouvir que tem um colega dos mais interessados e perguntadores, que toda aula tem algo a comentar ou a questionar.
É curioso ouvir a professora Vanessa falar, por exemplo:
– Trouxe aqui um texto da Antônia, que achei muito bom, para usarmos na atividade de hoje.
E também é muito bom ver que, com o passar dos dias, o contato com a professora regente foi retomado e reforçado. Com orientações pessoais e, até, com conversas sobre séries preferidas.
Bom, de resto, 2020 não tem sido diferente dos outros anos. Muita leitura – e esse ano tem uma versão de Frankenstein. Muita escrita. Lições de Matemática, Ciências e Artes. E, claro, que beleza ver que temas como o racismo já estão na pauta – que alegria ler no caderno da Antônia a frase “não basta não ser racista, temos que ser antirracistas”.
Enfim, 2020 tinha tudo para ser especial na Projeto. E está sendo.
Roberto Jardim, pai da Antônia (5 ° ano)
Em março de 2020, Bernardo iniciou o 2ª ano do ensino fundamental na Escola Projeto. Era um ano cheio de de expectativas: turma maior, mais colegas… Esperávamos que a rotina já estabelecida no 1º ano viesse a oferecer novas experiências. Começou o bate bola, o inglês e alguns planos para estarmos mais próximos da comunidade escolar.
Poucos dias depois, a pandemia do Coronavírus invadiu nossa vida, o país, o mundo. A Escola Projeto passou a ocupar um espaço físico dentro de casa! Ela chegou devagar, aos poucos, experimentando e respeitando tudo o que a reviravolta causou nas vidas de cada um. Foram momentos de medo, tensão, dúvida, incerteza, mas aos poucos a ansiedade baixou e a Projeto, de fininho, voltou a ampliar horizontes, a reunir a turma, a lançar desafios.
Hoje Bernardo se sente capaz frente a tantos recursos tecnológicos que mal conhecia, desenvolveu um senso de responsabilidade e autonomia frente às tarefas da escola e aprendeu novos meios de se relacionar socialmente com colegas e professores.
O jeito Projeto de ser, que já morava em nosso coração, agora faz parte da nossa rotina, do nosso dia a dia e tem um cantinho especial na nossa casa!
Gabriela Ribeiro Filipouski, mãe do Bernardo (2ª ano)
Há dois anos atrás iniciávamos uma movimentação preocupante a todos os pais com filhos pequeninos; qual escola nos ajudaria no grande projeto de educar e instigar o desenvolvimento do nosso filho? Buscávamos um espaço que efetivamente valorizasse as diferenças de cada criança sem perder o foco de uma perspectiva unificadora, expressa em uma identidade construída a partir dos diálogos e da compreensão. Pois hoje, em meio a um período socialmente atribulado e preocupante, vivemos aqui em casa a experiência gratificante e desafiadora de frequentarmos todos a nossa escola, a Projeto. Não há época melhor para se perceber, efetivamente, onde reside a atenção e o carinho no delicado trabalho de educar. Agradecemos aos professores e toda a equipe da escola por fazerem parte do cotidiano de nossa casa.
Carolina e Lucius , pais do Francisco (2ª ano)
Ter a Projeto dentro de casa, neste contexto tão desafiador, tem sido um alento para nós; alento, porque enxergamos os princípios pedagógicos da escola serem transpostos para o virtual. Como professora e pesquisadora da área da educação, sempre procurei fugir dos fast foods pedagógicos, das escolas apostiladas, com respostas prontas para tudo…
A Projeto, como o próprio nome sugere, é uma escola-pergunta, e não saiu dando respostas, fazendo qualquer coisa, simplesmente para não parar… Firme em seus princípios, pouco a pouco, foi testando modos de ser e estar online junto às crianças, tão ávidas pelo afeto diário que sempre receberam de toda a equipe da escola.
Hoje, ainda que há seis meses sem colocar seu uniforme marinho e laranja, Martina espera ansiosamente pelos encontros online com professores e colegas. E esses momentos diários vêm sempre permeados pela esperança de que tudo vai passar, de que, logo logo, a tela que hoje os separa será um “projeto” passado bastante esquisito, embora igualmente feliz.
Acho que é isso: minha filha é muito feliz na escola, e isso, para mim, é o mais importante em se tratando de um espaço de aprendizagem.
Laura Habckost Dalla Zen, mãe da Martina (Grupo 5)
Ter a Projeto dentro de casa está nos fazendo valorizar ainda mais o trabalho da escola, da coordenação e dos professores. Está sendo uma bela experiência “assistir” às aulas, e ela só nos dá mais certeza que escolhemos a escola certa para os nossos filhos.
Ficamos encantadas com a criatividade das professoras e professores para manter as crianças interessadas e com a atenção para que cada aluno participe.
Na feira de Ciências a professora Caliana chamou a atenção para um fato bem importante: os assuntos são abordados de maneira integrada. Não é só aula de Matemática ou só aula de Ciências!
Além disso, a escola não está preocupada só com o bem estar das crianças, diversas atividades estão sendo propostas para os pais. Resumindo, não poderíamos estar mais satisfeitas com tudo que a escola tem desenvolvido desde a suspensão das atividades presenciais.
Suzi Alves Camey e Luciana Neves Nunes, mães do Luiz de 10 anos (4ª ano)
“A Melissa precisa viver a Projeto”, palavras usadas pela mana mais velha que se despediu da escola no ano anterior da entrada da caçula. Sim, nosso desejo era que a Melissa vivesse a Projeto e toda a riqueza que ela oferece! Primeiros dias de aula: conhecer a profe, os novos amigos, os espaços da escola, participar das aulas de teatro, cantar e tocar nas aulas de música, suar a camiseta do uniforme nos jogos e brincadeiras da educação física, aprender brincando na aula de inglês, usar o computador na informática, entre outras coisas maravilhosas da Projeto. De repente veio a Pandemia e todos ficamos em casa. Aos poucos a Projeto foi entrando dentro das nossas casas e tudo aquilo que ela e os colegas do 1º ano estavam iniciando a viver na casa da José Bonifácio, começou a ser vivido em nossos lares. Não esperávamos viver a escola em casa, mas é uma tranquilidade ter a Projeto conosco nesse momento tão delicado. Estamos tendo a oportunidade de ver de perto o cuidadoso trabalho que a escola está fazendo neste ano, procurando manter online o que as crianças viveriam lá, fazendo questão de ir com calma a cada passo dado, aproximando ainda mais as famílias da escola. Todos sabemos que as aulas presenciais são insubstituíveis, todos sabemos que este ano o aprendizado está sendo diferente, se irão aprender mais ou menos depende do ponto de vista. Do nosso ponto de vista estamos felizes e gratos com tudo o que estamos acompanhando de perto. Felizes com cada canção cantarolada, aprendida na aula de música, quando ela nos tira da sala pra ter mais espaço, pois precisa fingir ser uma minhoca na aula de teatro, nos momentos do Elefante Colorido em que todos nós ajudamos a encontrar o que é pedido… E gratos pelo carinho, atenção e cuidado dos professores, coordenação e direção, transmitidos pela telinha.
Themiz e José, pais da Melissa (1ª ano)
Fazemos parte da Projeto desde 2014.
Saímos da entrevista apaixonados pela proposta e pela forma como viam a educação, baseada nas experiências, na arte e na cultura.
Logo de início já percebemos que ali tinha muito mais!
O olhar atento das profes, já na primeira avaliação, deixava claro que ali a preocupação era com o desenvolvimento deles como estudante, como amigo, como cidadão, como ser humano. E sempre com o olhar da coletividade, da inclusão e da diversidade. E do lúdico. Sempre.
A pandemia colocou a Projeto no meio da nossa sala. E não foram poucas as vezes que “participamos” da aula. A equipe toda, em especial a profe Vanessa, deu um show de bom humor, energia, criatividade na apresentação dos conteúdos, nos debates calorosos, no estímulo à leitura e produção textual. Os especializados ganharam nossa reverência ao final de cada aula. Foi lindo ver carinho e a paciência com cada aluno, com cada explicação, com cada combinado para que a aula pudesse acontecer com fluidez.
A pandemia confirmou nossa total sintonia com a Projeto.
Difícil vai ser se despedir desta Escola sem poder dar um abraço, apertado e cheio de gratidão, nesta turma toda!!
Patricia Farah Perdomini – mãe do Inácio (5° ano)
Como está sendo ter a Projeto dentro de casa?
Início do ano de 2020, a expectativa de um devir interrompido por uma invisível existência, um vírus que nos impediu os encontros e os abraços. Do dia para a noite, literalmente, nos vimos alijados daquilo que tínhamos como mais precioso, a convivência com a nossa gente. Para os adultos os impactos foram muitos, mas para as crianças, era incalculável o valor da perda. No caos produzido, logo nos primeiros dias, escutamos de nossas crianças que a vontade de estar com os colegas não se satisfazia em uma ligação telefônica, eles eram juntos, no pátio, na quadra, no coração da escola. E como seria a escola nesse novo tempo/forma que se apresentava? Como transpor o desafio de incluir a experiência dos corpos, tão fundamental na infância, no mundo das telas? No início discreta em suas aparições, nossa experiência com a Projeto nos tempos da pandemia foi uma construção democrática e participativa. O tempo, na contramão do preceito capitalista, foi tempo de suspensão e reflexão: reuniões, encontros, ideias compartilhadas em tempo de isolamento social. A comunidade escolar unida, sem antecipar o tempo de compreensão, construindo alternativas de trazer a escola para dentro de nossas casas, lembrando às crianças que o encontro, o lúdico, o contato são a maior aprendizagem que podemos ter.
A escola, como aprendiz de um novo momento, pode se permitir o tempo de decodificar as demandas e possibilidades e assim, recebemos a Projeto em nossas casas, um trabalho de equipe. Os encontros passaram a ser diários, as atividades uniam conteúdos e subjetividades, a caixa dos sentimentos a ser aberta quando os abraços forem físicos, o jogo de mímica incentivando imaginar outros cenários, trabalhando para que nossos horizontes não se perdessem nas turbulências do momento. Nos encontramos com o músico estudado pelas crianças, em um momento que reuniu grande parte da comunidade escolar, trazendo alegria e a certeza de que seguimos juntos. Mais adiante a Projeto chegou com mais atividades, teatro para a família, escuta para as mães, pedagogia em tempos de pandemia, e seguimos com nossa construção de conhecimento democrática, lúdica, participativa e afetiva, reafirmando nossa escolha por essa escola e seu projeto.
Roberta Giacobone e Fabio Alt, Pais do Caetano (2ª ano) e do João (Grupo 4)
Depoimentos de pais e alunos(as) do 5º ano/2019
No ano de 2019, pais e alunos do 5º ano produziram um lindo livro com depoimentos sobre sua convivência na Escola Projeto.
Clique na imagem ao lado e leia o que cada família deixou para a escola. É emociante!
Foi muito bacana ver uma produção tão viva resultante do trabalho da Escola Projeto com seus alunos. Ver tantas visões inusitadas, divertidas que a aproximação das crianças com meu trabalho gerou, foi uma experiência inesquecível.Ter a felicidade de participar do desenvolvimento das crianças é também ter a certeza de que as novas gerações sempre continuarão a nos surpreender. Abraços!
Mauro Fuke
Dez/2018
(Mauro foi o artista visual trabalhado no 3º trimestre de 2018, na escola.)
Recebi o cronograma dos conteúdos que a Clara vai estudar. Quem foi meu/minha aluno/a pode imaginar minha emoção de ver entre as leituras A bolsa amarela, da Lygia Bojunga. Um livro que nunca saiu dos meus cronogramas. Um livro sobre aceitar nossas vontades escondidas e sobre a necessidade de descosturar pensamentos – inclusive os relativos a gênero. Acabo de deixar um recado na agenda da Clara para a professora falando da minha emoção. Sei que ela vai me entender. Na reunião que nós tivemos, ela me contou sobre se emocionar com leituras em aula (a emoção que ela mencionou foi com o final de Peter Pan – outro livro que morava nos meus cronogramas – e, obviamente, mora dentro de mim) . Durante aquela conversa, foi muito bom saber que a Clara vai passar o ano não só com quem entende o literário, mas com quem o vive. É nessa pequena/grande diferença que mora o segredo para descosturar pensamentos com ajuda da entrelinha.
Cristine Zancani, mãe da Clara, aluna da Professora Graça
Escolhi a Projeto porque acredito que a escola é um lugar para construir prazerosamente o conhecimento. Não queria uma escola que se preocupasse com vestibular ou ENEM (sim, alguns conhecidos falavam nisso mesmo que nossos filhos fossem ainda pequenos). Queria uma escola que ensinasse a aprender sempre, a olhar criticamente o mundo, a integrar afeto e conhecimento. De bônus, ainda queria uma escola que valorizasse a leitura, a arte, a música.
A Marina, por outro lado, declarou que queria uma escola bonita, com amigos legais e com muitos livros (de preferência com histórias de terror).
Acho que encontramos tudo isso. E muito mais que não estava na nossa lista.
Escolhi a escola certa para a minha filha.
A biblioteca tinha uma coleção inteira de histórias aterrorizantes.
A escola era linda e colorida.
Os amigos mostraram logo que eram legais pra valer.
Uma das histórias que mais gosto aconteceu ainda no grupo 4. A turma estava estudando pedras. Aonde a gente ia, tinha que parar
para recolher pedras, enquanto ela nos explicava as características de cada uma. Tinha virado brincadeira na família, estávamos literalmente carregando pedras de um lado para o outro.
Dai juntaram umas 68 pedras. A Deborah lançou o desafio: quantas faltam para chegarmos em 100?
Eles não estavam na “época” de estudar operações matemáticas, e acho que nem mesmo dezenas ou centenas. Eram pequenos, não era uma pergunta que se fizesse! Mas tanto foi significativa, que todo mundo se envolveu na resposta. Em um dia, tinham dado um jeito de descobrir, desenhando, juntando canetas, explorando.
Os bônus vieram todos: muita valorização da leitura, da música e das artes. Uma vez estávamos nos jardins do Museu de Arte Contemporânea, em São Paulo. A Marina tinha 6 anos. Tinha uma escultura enorme, de ferro. Eu não sabia de quem era, só achava que não me era estranha. “É do Amílcar de Castro, né mãaaaaaae. Estudamos na Projeto”. Sério, caíram os butiá do bolso. Na mesma viagem, no MASP, uma senhora admirava uma das pontes de Monet. Vendo que a Marina também estava admirando o quadro, perguntou: “Você gosta desse quadro?” E ela: “sim, gosto mais desses de quando ele já estava ficando com menos visão. Os outros são mais definidos.” Daí caíram os butiá do bolso da senhora, embora ela fosse paulista e provavelmente não fosse usar essa mesma expressão;-)
Escolhi a escola certa. Pra mim.
Na projeto ganhei amigos pra toda a vida, porque as famílias se envolvem muito e acabam descobrindo tantos pontos em comum.
Na projeto, vivi experiências inesquecíveis, como as crianças cantando a ópera As sete caras da verdade para um Nico Nicolaiewsky emocionado. Foram muitos sábados culturais, visitas a museus, passeios, que aproveitei tanto quanto as crianças.
A história das pedras me ajudou a pensar em desafios para os meus alunos da graduação e pós-graduação.
E na Projeto, ganhei um super presente: reencontrar a minha voz. Primeiro com a maravilhosa Helena Lopes, e agora com o maravilhoso Marcelo Delacroix, e na companhia de pessoas lindas e afinadíssimas, participar do grupo de canto Sol de Si tem sido uma das coisas mais especiais da minha vida. Em cada momento, bom ou ruim, sempre aparece a música certa que eu preciso, e isso só posso considerar que é um tipo de mágica.
Por isso, sempre que converso com alguma criança que estuda na Projeto, digo, com o maior orgulho, que estudo nessa escola também!
Em geral elas olham desconfiadas e falam: “mas tu não és criança”
“Ué, claro que sou. Gosto tanto que não quero sair.”
E elas imediatamente compreendem.
Lucia Campos Pellanda
Agradeço, com muito carinho, à Beth e à Neca; à Deborah, que foi triplamente professora; e a todos os professores e funcionários da Projeto. Vocês coloriram de verdade a nossa vida 🙂
Lúcia Pellanda mãe de Marina Pellanda Zimmer (aluna desde G4/2001 até 4ª série/2005
Gratidão! Gratidão é até uma palavra pequena hoje para dizer para a #EscolaProjeto … ao mesmo tempo, ela encerra tanto sentido! Gratidão pela possibilidade, pela novidade, pela acolhida, pelas aventuras, por cada amizade tri legal, por joelhos ralados, pelo método que ajuda a letras e números saltarem para fora de cada um e vai virando seu próprio conhecimento… pelo acesso ao conhecimento. Gratidão pela marca na nossa vida. Nunca mais seremos os mesmos…! Gratidão!
Arthur e Clara Silveira Grazziola (alunos respectivamente dos 5ºs anos: T51/2014 e T53/2015)
Pais: Giane Lucia Santos Silveira e Roque Grazziola
Compartilhamos com vocês o retorno do pai do Thomaz (G3A), Kleber Godoy, sobre o projeto de ciências do primeiro semestre e sua participação no dia 27/05/2016.
A Projeto era a extensão da nossa casa. O nosso filho compartilhava na escola o nosso jeito de encarar o mundo; respeitando a diversidade, se envolvendo com várias formas de manifestações artísticas, brincando muito, aprendendo a se colocar no lugar do outro e a se posicionar com suas ideias.
Somos felizes por ter oferecido ao nosso filho a oportunidade de vivenciar sua primeira fase escolar na Projeto. Aos 20 anos, Rodrigo é um menino sensível, atencioso, que atrai amigos pela maneira de ser. Hoje ele estuda Administração de Empresas na UFRGS, onde potencializou seu aspecto empreendedor. Está envolvido em duas atividades que esperamos lhe deem muito retorno pessoal. A Projeto tem muito a ver com isto.
Depoimento de Laura e Léo,
pais do Rodrigo Medina Nuñez aluno da Escola de 2002 a 2005
Foi uma experiência inesquecível, o ano em que a Escola Projeto me adotou como um dos compositores de Porto Alegre.
Nos dias em que estive lá, interagindo com os alunos e com a própria Escola, fui me conhecendo como nunca me imaginei: uma parte da cidade.
Não foi necessário morrer e/ ou esperar que o reconhecimento em algum momento viesse, se é que viria, se é que mereceria, tudo aconteceu ao vivo.
A escola inteira ouviu e aprendeu minhas canções, desde as primeiras séries até as últimas, incluindo, toda a sua comunidade (professores, funcionários e pais), coletivamente.
Pessoalmente, foi uma emoção de transbordamento. Naqueles dias, eu estava maior do que sou!
Depois, caiu a ficha!
Éramos todos importantes. Todos estávamos vivenciando a Arte e a Cidade e nos admirando por termos essa coragem de criar, inventar, de aproximarmos idades, funções, todos descobrindo o valor de sermos um coletivo, uma escola, uma cidade.
Pensei numa frase que pudesse sintetizar o que foi para mim aqueles raros momentos: “uma Escola que ama a sua cidade e as suas crianças, constrói cidadãos comprometidos com o seu futuro”.
Parabéns e muito obrigado!
Depoimento de Cláudio Levitan
Ouvi falar da Escola Projeto em 1994, num encontro em que, recentemente chegada a Porto Alegre e passeando pela Casa de Cultura Mario Quintana, adentrei um de seus teatros e me deparei com Lygia Bojunga, ela mesma, encenando o monólogo Livro. Entrei e me sentei. Descobri então que era um evento em que Lygia iria, na sequência, inaugurar a biblioteca que leva seu nome e que fica na Escola Projeto, promotora do encontro que me encantou. Eu não tinha ainda visto nenhum de meus livros publicados.
Só conheci a Escola Projeto, no entanto, quando fui pela primeira vez à Editora para conversar com a Annete Baldi sobre a possibilidade de publicação do meu primeiro livro Saco de Mafagafos, quando ela funcionava junto à Escola. Lembro que, na época, pensei “Que escola legal!”. Isto foi em 1995 ou 1996, se não me engano! Aos poucos, conforme fui estreitando meus laços com a Editora, pude conhecer melhor a Escola Projeto, pois tive a oportunidade de conversar com a criançada que tinha trabalhado com os meus livros. Nesses encontros, comecei a perceber, através das falas das crianças, o belo e consistente trabalho de formação de leitores desenvolvido pela equipe da Escola Projeto. As perguntas dos estudantes sempre eram curiosas e pertinentes, buscando aprofundar suas leituras e criar a partir delas.
Muitas foram as oportunidades em que tive contato com o trabalho pedagógico da Escola Projeto no que diz respeito à leitura: foram oficinas de que participei (dentre elas uma maravilhosa com o querido e saudoso Elias José), outras que tive a alegria de ser convidada a ministrar, eventos como os encontros dos Professores Pensantes, as revistas organizadas pela Beth Baldi (e seus livros também).
Até que tive a experiência de ser mãe-Projeto, como carinhosamente várias famílias chamam aqueles cujos filhos estudam na escola (mães e pais-Projeto). Nos dois anos em que meu filho estudou na Projeto, pude vivenciar na prática tudo o que tinha conhecido através dos breves encontros com a meninada, como escritora. Leitura, leitura, leituras… Idas diárias à biblioteca, leituras individualizadas, compartilhadas… deliciadas, degustadas, apaixonadas.
Até que me deparei com o livro de Robert Louis Stevenson que meu filho, então na quarta série, deveria ler em texto integral. Pensei: “Agora quero ver como vai ser… Texto integral! Robert Louis Stevenson!”. E não é que a gurizada leu! Em leituras individualizadas, compartilhadas… deliciadas, degustadas, apaixonadas, com a mediação da professora, dos colegas, das famílias.
Sem dúvida, como professora, como escritora, como mãe, posso dizer que a Escola Projeto tem o mais lindo, eficiente e consistente trabalho com as diferentes formas de leitura de que tenho conhecimento. Meninos e meninas da Projeto são convidados a lerem letras, imagens, sons etc.
Isto só ao falar sobre leitura! Ah se eu fosse falar sobre as demais áreas do conhecimento! Sobre os encontros culturais, sobre as Feiras do Livro, sobre as saídas de campo e sobre as atividades extracurriculares… Seriam muitos outros e outros relatos!
Depoimento de Glaucia de Souza, mãe do Lucas de Souza Noronha,
aluno da Projeto de março de 2008 a dezembro de 2009
Logo me lembrei duma cena síntese sobre o período em que estive como compositor convidado na Escola Projeto.
Aconteceu num super. Estava com a cabeça alhures diante de uma gôndola escolhendo algo. De repente fui abordado. Eram dois rapazes. Altos e magros, com fartas cabeleiras. Uns 16 anos cada um. Custei um pouco para reconhecer a melodia que, tri afinados, vinham cantando na minha direção: – “… essa não, nós não vamos acreditar, isso pode ser mentira, vamos ter que duvidar”. Eles riram do meu espanto e logo um deles se identificou:
– Nunca mais nos esquecemos desta música desde quando o “senhor” esteve na Escola Projeto. Acho que tínhamos uns sete anos de idade, arrematou o outro.
Esta é a Escola Projeto.
Depoimento de Nelson Coelho de Castro – músico convidado da escola em 2007
Nossos dois filhos, João Victor e João Vinícius, estudaram na Projeto. O João Victor, que agora tem 14 anos, estudou na Projeto entre os anos 2008 e 2012, enquanto o Vini, que hoje está com 12 anos, foi aluno da escola entre 2010 e 2012. Nossa escolha pela Projeto se deu principalmente em função da característica humanista da escola, por priorizar a formação integral e cidadã das crianças. Não queríamos uma escola tradicional que se preocupasse exclusivamente com conteúdos e não levasse em conta a formação integral das crianças. Na Projeto, o aluno é visto como protagonista no processo de aprendizagem, ao invés de ser um mero receptor de conteúdos. E, muito importante, cada aluno recebe uma atenção quase individualizada, pois a diferença e a inclusão dos diferentes são valorizadas e levadas em conta, ao contrário do que ocorre na maioria das escolas tradicionais. Por estas características da escola, seu método de ensino que valoriza o aluno e pela dedicação e carinho que sempre encontramos nos professores, funcionários e direção da Projeto, temos convicção de que nossa escolha pela escola foi um grande acerto. Certamente, nossos dois meninos ainda hoje usufruem da formação humanista e cidadã, bem como da base sólida de conteúdos, que receberam nos anos iniciais de ensino na Projeto. Só temos agradecimentos e ótimas lembranças de toda a equipe da escola, com quem até hoje mantemos relações de amizade. Muito obrigado, amigos e amigas da Projeto!
Depoimento de Laís Chaffe e Carlos Scomazzon, jornalistas,
pais dos alunos João Victor e João Vinícius Chaffe Scomazzon
A era que ainda é
Na “era da Projeto”, me lembro de chegarmos no meio daqueles carros todos, de bicicleta. Primeiro só eu e a Sofia. Depois nasceu o Antônio, comprei outra cadeira e íamos eu, ela atrás, ele na cadeira, as duas mochilas amarradas e, de vez em quando, um violão junto. Tudo na bicicleta. Todo dia era uma aventura. Quando eles já eram da “unidade 2”, passávamos por dentro da Redenção e às vezes saíamos mais cedo de casa pra curtir o parque antes da aula. No verão dava pra ir depois também.
Quase sempre chegavam, ainda no pátio da escola, cantando algum “hit” do músico homenageado do ano, o que me ajudou a conhecer melhor a essência da minha nova cidade. Nunca me esqueço da ópera do Nico Nicolaiewsky, todos saiam cantando trechos: “Eu vímmm, para matáaaaaa-laaa…”, com os punhos cerrados. Ou aquela do Nei Lisboa, “Eu subi, no alto da montaaaaanhaaa…”.
Como sou de São Paulo, pra mim era tudo tão novo quanto pra eles. Sempre líamos algo. A cada semana nos traziam suas novas descobertas da “biblio”. Na feira do livro, o interesse era geral, todos por dentro do autor do ano e já sabendo quais livros pediriam pros pais.
Nas turmas de cada filho, houve uma união entre os pais, quase que instantânea, e também frutífera. Muitos de nós ainda convivemos e somos amigos até hoje. As viagens, churrascos, festas, o futebol de final de semana entre pais e colegas sempre enchiam nossos finais de semana de compromissos.
Na “era da Projeto” comecei a tentar ser professor de música, primeiro com alunos e pais da escola como professor particular e depois sendo convidado pro “grande teste”, ser o professor de música da Projeto. Meu filho mais novo ainda era da escola. Fiquei muito feliz quando soube que o músico do ano seria o “Marcelo Delacroix”, também professor da projeto, grande músico, grande cara, baita professor. Nesse curto, porém intenso período de um semestre, pude vivenciar muitas experiências inesquecíveis e também o quanto os professores e todos da escola se dedicam. Temos uma ideia do que é ser professor, mas ver de perto tudo isso foi algo muito forte. Nessa época reforcei uma das poucas convicções que tenho, ser professor é a tarefa mais importante, logo, deveria ser a mais valorizada da sociedade.
Também nessa época, fizemos uma banda de alunos meus e também da escola, a Pepper Fish. Tocou em vários palcos, ganhou um festival e fez até vídeo clipe de música própria. Também participei de eventos musicais inesquecíveis como o aniversário da escola com o grupo de canto e muitos dos nomes mais importantes da música daqui e uma vez em que pude acompanhar o grupo com minha esposa cantando e com meu filho no trombone…. Bem, nem comecei a falar da escola, tudo que disse são apenas consequências da experiência de termos escolhido a Projeto.
Muita coisa dessa “era” já era. As que continuam são as mais importantes. Percebo diariamente que a Escola Projeto está na essência dos meus dois filhos. Está nas reações deles diante aos desafios da vida, sempre curiosos, querendo entender os assuntos e construir uma opinião própria. Está na visão ecológica da vida, presente desde a alimentação até a escolha de futuras carreiras. Está na sensibilidade artística que permite a eles o prazer de ler um livro, ir a uma peça de teatro, ouvir um disco que não seja um “hit” do momento e está na valorização das verdadeiras amizades. Nessa “era”, o mais importante ainda “é”.
Missão totalmente cumprida Escola Projeto, muito obrigado por tudo e, seguimos fazendo parte dessa bela história nos encontros com o grupo de canto e aparecendo sempre que podemos pra dar um abraço em vocês, sempre começando pela “Saiô”.
Maurício Nader, Músico, e filhos, Sofia e Antonio,
que ficaram na escola de 2003 a 2010 e 2005 a 2014, respectivamente.
Gostei muito de participar da XXX Feira do Livro da Escola Projeto e quero agradecer a vocês todas pela oportunidade que me deram ao me convidar. Na verdade, por uma série de circunstâncias pessoais (de agenda, idade, saúde), quase não estou mais visitando escolas, sobretudo quando acarretam deslocamentos para longe de casa – como era o caso dessa viagem do Rio de Janeiro a Porto Alegre. Mas fiz uma exceção porque guardava muito boa lembrança de minha primeira visita à Projeto há 16 anos, e porque tenho acompanhado de longe o trabalho de vocês.
Valeu a pena.
Foi bom constatar que continua o mesmo trabalho de qualidade. É uma escola onde a garotada lê com entusiasmo e compreensão. Essa intimidade com a literatura se reflete na qualidade da participação, a começar pelas perguntas pertinentes e variadas dos mais velhos, feitas com espontaneidade mas com ordem, sem que uns atropelassem os outros e mostrando que cada um sabia esperar sua vez de falar, ouvindo antes o colega ou a resposta da escritora. Coisa cada vez mais rara de se encontrar hoje em nosso país. Sinal de um bom trabalho dos professores.
Queria ainda destacar um exemplo concreto – o do ótimo encontro que tive com os bem pequenininhos. Uma faixa etária bem difícil, cujos resultados muito satisfatórios confirmaram a adesão afetiva e vibrante dos menores ao mundo dos livros e às histórias que neles se contam.
Fizeram questão de me mostrar o trabalho deles sobre o “Cabe na mala”, com os personagens do tatu e da cotia, além da própria mala. Lembraram que faltava trazer para a sala a maquete sobre o “De noite no bosque”, que ficara lá fora, e me explicaram detalhadamente tudo o que havia nela, com as alusões aos diversos contos de fadas mencionados em minha história, cheia de intertextualidades. E na parede, a montagem de um imenso painel com “Doroteia, a centopeia” também serviu para me revelar muito do que tinham feito. Além do corpo da personagem em discos de vinil (e me explicaram do que se tratava), as crianças fizeram questão de me mostrar que os pés da centopeia, de cartolina colorida, haviam sido moldados nos pés de cada aluno. Cada um sabia o seu e fazia questão de me mostrar se era o direito ou esquerdo, distinção importante que aprendem nessa idade. Falavam nas histórias, pediram outra, tudo de maneira segura e lúdica. Foi um encanto.
Estão todos de parabéns. Faço votos de que continuem assim. E fico sonhando com o dia em que todas as crianças brasileiras terão a oportunidade de ter uma educação dessa qualidade.
Ana Maria Machado – 3/5/2016
Pra mim uma das coisas mais importantes na Projeto foi o destaque para as atividades culturais e artísticas, não vou esquecer dos passeios que fizemos para a Bienal, as Missões, a Fundação Iberê Camargo e o convívio com os artistas e os escritores!
Na Projeto aprendi a respeitar o outro, a partir da convivência com os diferentes e alguns com necessidades especiais, a quem tratávamos e gostávamos da mesma forma que os demais! Nunca vi na Projeto algum aluno ter sucesso por discriminar alguém, ou por ter menos condições econômicas ou por ser diferente, ou especial! Sempre estavam atentos a isto, nossos queridos professores e também os funcionários. A Projeto me ensinou a respeitar todo mundo independente da condição social e da profissão, sem precisar nos castigar por isto! Conversávamos muito quando alguma regra da boa convivência era quebrada por atitudes desrespeitosas!
Foi na Projeto que aprendi a querer bem os professores e os funcionários também! Lá ninguém era mais importante ou valia mais que o outro! Isto vou levar pra vida toda!
Silvio Tiaraju Veiga-De Rose, estudou na Projeto de 2003 até 2010
A Escola que queríamos para os nossos filhos, já sabíamos até mesmo antes deles nascerem.
A Projeto era o nosso desejo de Escola. Especial, desde a Proposta Pedagógica até as instalações físicas. Prédio colorido, agradável, acolhedor e muito simpático (iniciamos na Unidade 1!). Enxergávamos nossos filhos em algumas das tantas produções destacadas nas paredes. Elas contavam um pedacinho dos ricos momentos de aprendizagem. E mais, uma equipe de trabalho competente, dedicada e sempre atenciosa.
Do período em que Marcelo e Rodrigo estiveram na Escola Projeto, e juntos lá se vão 10 anos, embalamos lembranças que fazem parte das maiores riquezas da infância escolar deles. Deste universo de momentos inesquecíveis, destacamos um registro especial para a acolhida sempre carinhosa na chegada e na saída (ah, saudades da Saiô!); do mergulho no universo da leitura; das idas diárias à biblioteca; dos sábados culturais (éramos fãs de carteirinha!); dos passeios; dos artistas convidados; das feiras do Livro da Projeto; do dia do lanche coletivo; das tardes passadas no turno extra; das mostras de trabalhos e, sempre ficávamos orgulhosos das obras de arte dos nossos filhos!; das apresentações do coral; do coração da gente ficar batendo na hora da homenagem aos pais e às mães; dos relatórios de avaliação recheados de observações e registros primorosos dos professores; e dentre tantos outros, dos piqueniques.
Como esquecer da festa do cadernão? E da emoção de deixar uma mensagem registrada para nosso filho na primeira página?
São muitas as lembranças queridas que guardamos na memória. Juntam-se a elas, caixas com registros escritos de produções em sala de aula, relatórios de avaliação e fotografias. Os desenhos e pinturas, verdadeiras obras primas, viraram quadros e embelezam até hoje as paredes da nossa casa. E, acreditem que até os uniformes estão guardados!
A visão de mundo que a Projeto oportunizou aos nossos filhos baseada na proposta de uma cultura que respeita as diferenças, cultiva laços de amizade (os amigos permanecem até hoje!) e, entre tantas outras, a construção e exercício do senso crítico, possibilitou formar os sujeitos que são hoje. Marcelo, está com 23 anos, formado em Ciência da Computação e atualmente faz doutorado na UFRGS e Rodrigo, com 17 anos, terminou o ensino médio e faz cursinho pré vestibular pra Direito.
A Projeto, com certeza, continuará fazendo parte das nossas vidas.
Será a Escola dos nossos netos!
Já sabemos antes mesmo deles nasceram , qual a escola desejamos também pra eles!
Parabéns a toda a equipe que em conjunto faz esta escola tão querida!
Cleci e Wolnei, pais dos alunos Marcelo (de 1999 a 2002)
e Rodrigo de Oliveira Rosa Prates (2001 / 2008).
Escolhemos a Projeto para a nossa filha Alice principalmente pela ênfase que a escola dá à leitura e às atividades artísticas. Alice foi muito feliz na Projeto, teve ótimas professoras e criou vínculos de amizade que permanecem até hoje. O fato de ser uma escola pequena, um ambiente onde todos se conhecem e se tratam pelo nome, criou um grupo de pais e alunos que até hoje são amigos, muitos anos depois. Acho que o maior atestado de qualidade da Projeto é o fato da Alice até hoje lembrar da escola com carinho, gostava de ir para lá, sentia-se feliz na escola. A criança gostar da escola, de aprender e conviver com os colegas, funcionários e professores, é o mais importante.
Jorge Furtado, cineasta, pai de Alice Goulart Furtado, estudante do ensino Médio, que ficou na escola de 2003 a 2010.
Estudar na Projeto é fora do padrão. O contato direto com a cultura e a diversidade, amplia horizontes e constrói de fato cidadãos pensantes, interessados, espontâneos e livres. Livres. Livres para ser, agir, pensar, observar, revolucionar e mudar de algum jeito o mundo, para o qual se torna preparado e aberto.
A escola Projeto é humana. Não só conhece o seu aluno como o faz estudante, investigador, descobridor e importante em meio a sua realidade atual e futura. A Projeto deixa claro a relevância de aprendizados sociais: não lembro de, por muito tempo, não ter ouvido palavras como “solidariedade”, “comunidade”, “respeito”, “união”, “amizade” e “carinho” durante o tempo em que estudei lá.
Discute-se, com cinco anos, a evolução e o aprendizado do grupo em assembleia. Escreve-se, monta-se e realiza-se ricas e lindas peças de teatro. O incentivo à leitura é uma realidade. Apreciar todo e qualquer tipo de manifestação artística é uma herança deixada pela Projeto em cada um daqueles que, com a sábia decisão dos pais, passaram por lá.
Numa casinha antiga e colorida na José Bonifacio, há amor, há união, há carinho, há pensamento, mas acima de tudo há um grupo unido e querido que constitui uma lembrança inesquecível e uma marca irreversível.
Pedro Nunes, ex-aluno (4º ano/2010)
Escolhi a escola para meu filho por ser uma escola pequena, onde todos saberiam quem ele era, suas particularidades, e onde tivesse um olhar individualizado dos professores.
O que me faz recomendar a Projeto? São muitas as razões.
Adoro a ideia do “primeiro caderno”, onde os familiares escrevem mensagens para a criança, onde existe um ritual para o início do uso do caderno, que irá acompanhá-lo durante toda vida escolar.
Gosto da forma de ensinar matemática, quando de forma colaborativa e construtiva, todos os alunos são desafiados a resolver os problemas, cada um do seu jeito, podendo descobrir que há diversos caminhos para se chegar ao mesmo destino. Nesse mesmo espírito, tudo na escola vai se desenvolvendo de forma colaborativa, não competitiva, se respeitando e valorizando as diferenças.
As assembleias que os alunos realizam, em que se discute questões do dia a dia, de forma organizada acredito que ajudam a formar um aluno que questiona e discute, um aluno com espírito crítico.
Os projetos com artistas convidados (cantores, artistas plásticos, escritores), o teatro e a música são atividades que diferenciam e desenvolvem a criatividade e o olhar integral do mundo.
Os sábados culturais, onde a família é convidada a participar; os passeios das turmas.
Enfim, razões não faltam para eu indicar e ser grata a esta escola que fez toda a diferença na formação do meu filho.
Cláudia Llantada, médica, mãe do Pedro Nunes (4º ano/2010)
Gosto muito do modo como a Projeto conduz a educação dos meus filhotes. Primeiro, ela tem poucos alunos, em turmas pequenas, o que permite uma interação realmente profunda entre todos eles, e deles com os professores e agentes da escola. (Bem, há algo de artificial nisso, certo, se a gente pensar na dureza selvagem da vida adulta. Mas quem é que garante que acostumar as crianças desde cedo com multidões e com o exercício penoso de destacar-se entre massas de gente as ajudará a sobreviver?) Segundo, oferece condições materiais adequadas para a atuação dos alunos. Terceiro, muito mais importante, tem uma concepção de educação que coloca o livro e a leitura, como prática regular e não como uma utopia ou uma eventualidade, no centro de tudo. Os alunos desde sempre lidam com o objeto livro, manuseiam, são estimulados a levá-lo para casa, conversam sobre ele. Leem e ouvem, redigem e recontam. Não é raro presenciar conversas das crianças com colegas sobre uma leitura que estão fazendo ou gostariam de fazer.
Só por aí já vale a pena nossa adesão ao projeto da Projeto, mas tem mais, ao menos um quarto elemento: também na prática rotineira, dá pra sentir nas crianças o gosto pela atividade de pensar, cogitar, especular, inventar explicações, experimentar entender o mundo. O nome disso, na teoria, é construtivismo, mas essa formalidade nem me interessa muito: o que sim vem ao caso é ver o resultado do empenho pedagógico nos meus filhos, na alegria com que vão para a escola para interagir com os colegas e os professores, no brilho do olhar quando nos pedem ajuda numa pesquisa ou quando nos explicam alguma coisa que entenderam por causa da escola. E tem um trabalho muito bom de teatro, de educação física e de música, que faz uma enorme diferença, um benefício para o desenvolvimento da alma que vai muito além das ciências naturais e da matemática.
E, sim, tem mais um, o quinto elemento, que acho adorável e não entendo por que é que outras escolas não imitam, pura e simplesmente: a cada ano, toda a escola — sim, todas as séries, todas as idades — estuda, vivencia, mergulha na obra de um músico (cancionista, em geral, mas não só, porque já houve um maestro e um compositor de música sem letra). Fica conhecendo o cara, porque ouve sua arte e conhece sua vida, suas opiniões e tudo o mais. Isso representa uma linda e sempre elogiável adesão da escola à cidade, ao que ela tem de mais interessante, os seus artistas. Quem passa por isso não fica indiferente ao que nos cerca, e acho que no futuro será um cidadão mais bacana para com os interesses coletivos.
Luís Augusto Fischer, pai dos alunos Benjamim e Dora Simões Fischer (3º Ano e Grupo 5 / 2015)
“Queridos professores, diretores e funcionários da Projeto,
Falar sobre oito anos de convívio na Escola Projeto não é uma tarefa fácil! Assim resolvi abrir a minha bíblia da educação, Pedagogia da Autonomia do grande mestre e meu orientador na educação do meu fiho, Paulo Freire e encontrei uma definição de professor que atendeu todas minhas expectativas:
“O meu respeito de professor à pessoa do educando, à sua curiosidade, à sua timidez, que não devo agravar com procedimentos inibidores, exige de mim o cultivo da humildade e da tolerância. Como posso respeitar a curiosidade do educando se, carente de humildade e da real compreensão do papel da ignorância na busca do saber, temo revelar o meu desconhecimento? Como ser educador, sobretudo numa perspectiva progressista, sem aprender, com maior ou menor esforço, a conviver com os diferentes? Como ser educador, se não desenvolvo em mim a indispensável amorosidade aos educandos com quem me comprometo e ao próprio processo formador de que sou parte? Não posso desgostar do que faço sob pena de não fazê-lo bem.”
O desafio das palavras do mestre Paulo Freire no mister de educador foram cumpridos exatamente na Escola Projeto, por todos, diretores, orientadores, professores e funcionários! A curiosidade dos alunos para o conhecimento é muito mais do que decorar o nome dos sete reis de Roma, muito mais do que simplesmente calar e aceitar o que lhe vem pronto, é todavia a educação para a tolerância, para a autonomia e para o conhecimento permanente em tempos de constantes mudanças. Assim são os alunos da Projeto.
A amizade construída não somente com os alunos, mas também com os pais, permanece e o tempo não corrói!
Na Unidade Infantil encontramos o que buscávamos, um segundo lar, lembro muito bem do meu filho ir para perto do portão que vizinha com a rua, para convidar a todos os passantes para conhecer “sua” escola, como demonstração de total pertencimento ao local.
A alfabetização surgindo fluida e natural, com a beleza das letras, a matemática lúdica, o conhecimento de mãos dadas com a curiosidade infantil, a arte com o contato direto com o artista, deixaram as marcas para formar o amor pelo conhecimento na chamada Unidade Dois. A educação física em ambas, totalmente lúdica, traduz o esforço físico como natural e com graça especial.
Passados estes oito anos, a distância só nos traz boas lembranças do conhecimento, do afeto e da integração, só traduzida pela especial palavra: saudade!”
Liliana Berry Veiga-De Rose, mãe do ex-aluno Silvio Tiaraju Veiga de Rose (4ª série / 2010)
Escolhemos a Projeto porque ela faz muito bem duas coisas que são essenciais para nós e que tantas vezes andam separadas: ensinar a pensar, a decodificar o mundo, e ensinar o respeito às diferenças e a solidariedade social.
Maria da Graça Pinto Bulhões e Benedito Tadeu César, pais do aluno Mateus Bulhões César (5º Ano / 2015)
Poderíamos dizer muitas coisas sobre o que nos agrada na Escola Projeto, certamente repetindo as opiniões de outros pais. Escolhemos apenas três pontos. Mesmo sendo três, eles contém coisas valiosíssimas para nós, coisas que Júlia levará consigo por toda a vida.
Primeiro, na Escola Projeto se aprende a aprender. Mais do que transmitir conteúdos, a Escola exercita o pensamento e a sensibilidade, estimulando as crianças a explorarem a realidade em sua diversidade de caminhos.
Segundo, na Escola Projeto se aprende com arte. A convivência com escritores, músicos e artistas plásticos apresenta a arte enquanto um universo próximo, com o qual “se conversa”. As atividades e oficinas em sala de aula e em passeios tornam a arte uma companheira para toda a vida.
Terceiro, na Escola Projeto se aprende a conviver. A atividade das “assembleias”, a participação das crianças no grêmio estudantil, a condução geral das aulas e a postura de professoras e professores – tudo isso contribui para o exercício da democracia, de um modo que capacitará as crianças a ajudarem a construir uma sociedade em que predominem o respeito às diferenças e o senso de justiça.
Fabiola Rohden e Emerson Alessandro Giumbelli, pais da aluna Júlia Rohden Giumbelli (5º Ano/ 2015)
Tomás entrou no grupo de bebês, em 2003, porque acreditamos que a primeira infância é o período mais importante na formação de uma pessoa, porque buscávamos uma escola pequena que priorizasse o afeto, o brincar, a amizade, o respeito, a solidariedade e a educação artística, e que também fosse, de certa forma, uma extensão de nossa própria casa, e encontramos tudo isso na Escola Projeto. Além disso, com o passar do tempo e a entrada no Ensino Fundamental, constatamos que a Projeto, além de manter essas características básicas, também proporciona um ensino qualificado, com uma excelente orientação pedagógica, uma ótima equipe de professores e funcionários, um currículo bem organizado e um constante estímulo à leitura, ao conhecimento e à criatividade. Tomás saiu da Projeto apenas depois de concluir o quinto ano do Ensino Fundamental, no final de 2013, e até hoje mantém um vínculo afetivo muito forte com a Escola e toda sua equipe.
Iara Maria Valente de Almeida e Sérgio Bandeira Karam, pais do ex-aluno Tomás Valente de Almeida Karam (5º Ano / 2013)
É fundamental a importância dos primeiros anos de aprendizado na história das pessoas. Eu acredito muito que o desenvolvimento cognitivo através da linguagem e o gosto pela matemática são definidos neste momento da vida. Quando coloquei o Guilherme na Projeto, em função da proximidade da minha irmã, Maria da Graça, com a Beth Baldi, eu sabia que estes dois pilares eram importantes dentro do currículo da escola. Ele estudou quatro anos na Projeto, desde a pré até a segunda série do primeiro grau, e, durante esse tempo, pude constatar a seriedade com que estes dois conteúdos foram desenvolvidos.
A Escola acabou ocupando uma grande parte da minha vida em função da assistência ao meu filho naqueles anos. Eu levava e buscava ele, além de participar de reuniões promovidas pela diretoria. Acabei também entrando num grupo de amigos, a partir dos pais dos colegas, o que foi muito legal (e ótimo para as crianças). Talvez por ser uma escola com menos alunos e participativa, a Projeto ajude a formar espontaneamente este tipo de laço entre pais e filhos. E nesse ponto acabei percebendo que foi uma experiência muito mais rica e abrangente, do que os dois pontos que eu tinham me embasado pra colocar ele na Projeto.
Hoje o Gui tá com vinte anos e estuda numa universidade americana nova, a Minerva. Ele ganhou uma bolsa nesta instituição, que tem um conceito muito legal e contemporâneo. O primeiro ano é em São Francisco, depois os alunos rodam mais seis cidades do mundo até concluir o curso. Embora sejam virtuais, as aulas são on line e com a presença do professor, que pode estar em qualquer lugar. Todos ficam ligados numa plataforma desenvolvida especialmente pra esse conceito. Ele ganhou essa bolsa da primeira turma da Minerva, porque passou num teste super concorrido com estudantes de todo mundo. Foram apenas cinquenta vagas. Aliás, o teste teve apenas dois conteúdos, expressão em língua inglesa (que ele teve que estudar muito antes de fazer o teste) e matemática.
Também não poderia deixar de falar na editora da Projeto, que publica livros maravilhosos, edições muito bem escolhidas, e com uma produção de conteúdo e estética de nível muito alto. Lembro que naqueles anos talvez tenha lido umas 1001 vezes, antes de dormir, a história do rei Gilgamesh, a primeira história registrada no mundo, com todos os seus desafios, aliados, opositores, portais, e a volta com o conhecimento e todas as mudanças inevitáveis.
Beto Souza, pai do ex-aluno Guilherme Nazareth de Souza (2º Ano / 2003)
Não tenho filhos na escola Projeto, mas tenho vários amigos que tem ou tiveram. Através deles ficava sabendo que havia em Porto Alegre uma escola bacana, e que ali se ensinava de um jeito diferente, bacana. Em 2011 fui convidado para ser o compositor homenageado pela escola, e certamente foi uma das coisas mais incríveis e emocionantes em minha vida.
Quando entrei pela primeira vez nas salas da escola e vi os desenhos “malucos” e reconheci neles interpretações sobre a letra de “Superherói/ superstar”, quando andei pelos corredores e vi as paredes tomadas com outras tantas derivações e comentários e divagações sobre outras tantas letras, e depois , quando da apresentação de todos no teatro, entendi por que a escola se chama Projeto. É algo grande o que acontece ali.
Estudar durante o ano a obra de compositores, escritores, autores que são próximos, que moram na mesma cidade, que podemos encontrar nas ruas, em alguma praça, na padaria, como algo corriqueiro – é também a melhor forma de homenagear a sua cidade, seu lugar; é afirmar a província e quebrar o provincianismo.Fico imaginando se em meu tempo de piá a minha escola anunciasse na volta das férias: “este ano estudaremos….Lupicínio!”
Parabéns a todos que fazem essa maravilha que é a Projeto! Que seja assim prá sempre e que de modelo sirva a quem deseja uma educação de qualidade!
Leo Henkin, músico
Nos lembramos como se fosse ontem de nosso filho Lorenzo iniciando a Educação Infantil na Escola Projeto. Tinha 2 anos. Difícil separação. Mesmo que por horas. Mas sempre havia uma professora que nos tranquilizava. Nos levava a acreditar “no projeto”.
E assim seguimos. Mais tarde foi a vez de nossa filha Clara e a Escola Projeto se incorporou naturalmente em nossas vidas. Sempre surpreendendo por cuidar muito, muito mais do que do conteúdo. Inovando na medida, desvelando com naturalidade a beleza da cultura.
Nossos filhos se tornaram, e a cada dia se tornam, mestres da matemática e escritores de suas próprias histórias. E muito além disso, se tornaram pessoas com compaixão e solidariedade. A Escola Projeto é parte integral deste processo.
O “projeto” de educação de nossa família não poderia ter encontrado um solo mais fértil e um acolhimento mais caloroso do que encontrou na Escola Projeto.
Passaram os anos, tão rápido, nosso menininho de 2 anos, agora com 10, conclui seu ciclo na Escola.
Todos estamos muito orgulhosos e seguros que a Projeto segue com nossos filhos e com nossa família, como referência, como algo bom. Como o sorriso de uma amizade sincera. Aquela que nos deseja o bem e que levaremos para onde formos. Obrigado Escola Projeto!
Natália e Flávio Kapczinski, pais da Clara (1º Ano/2015) e Lorenzo (5º Ano / 2015)
É com muito carinho que lembramos da Escola Projeto! Fomos muito bem acolhidos quando Vítor estava no 2º ano e foi um grande desafio para todos. Com dedicação e desprendimento, a escola desenvolveu um trabalho exemplar, inserindo de todas as maneiras nosso Vítor em seu cotidiano e seus projetos – nem precisamos dizer, sempre originais, criativos e enriquecedores … Que saudades das feiras de ciências, os passeios para o litoral e Missões, os projetos de teatro e fotografia, outros com escritores, artistas plásticos e músicos convidados, os espetáculos em teatro fora da escola e para a escola, apenas para lembrar algumas vivências propiciadas aos alunos … Vítor se desenvolveu na Projeto entre amigos, colegas, professores e funcionários, que não mediram esforços por ele e vibraram com suas conquistas, e se tornou um adolescente criativo e confiante. Nossa experiência na Projeto abriu portas e confirmou nossas esperanças sobre modos diferentes de ver e fazer e também sobre um mundo melhor, mais humano e solidário, não apenas aqui e agora, mas também para o futuro. Parabéns, Escola Projeto, pela honestidade na execução de suas propostas e pelo sucesso de uma inclusão verdadeira! Vocês estão e estarão sempre em nossos corações!
Claudio, Andréa e Vítor Kazmierczak (5º ano/2012)