Neca Baldi (*)
Na sexta-feira, dia 21/05, fui contatada pela ZH (e poderia ser por qualquer outro veículo de imprensa) para uma matéria sobre iniciativas que têm surgido nas escolas, visando assegurar o cumprimento dos protocolos sanitários e a oferta do ensino híbrido. Queriam saber o que veio para ficar, dentro de tudo que estamos vivendo.
Teria muito a dizer. Sobre os muitos desafios que vencemos. Sobre o trabalho construído a cada dia pela nossa equipe, levando em consideração as possibilidades das crianças e também dos(as) educadores(as), investindo no seu desenvolvimento. Sobre o poder do coletivo, a descoberta de novos meios para enriquecimento do trabalho – aqui me refiro especialmente aos tecnológicos. Sobre a importância e o diferencial do trabalho presencial. Sobre estar junto, sobre o olhar, sobre o toque e o volume de voz…
A Escola Projeto é uma escola particular, pequena, sem filantropia ou qualquer outro incentivo ou recurso, que não o das mensalidades. Então, eu poderia (e talvez devesse) aproveitar a oportunidade e garantir um espaço na mídia. Mas não consegui dar a entrevista. Neguei disponibilidade. E não é a primeira vez que faço isso, pois as pautas não fecham com nossos propósitos.
Nesse caso, o foco era o reforço às aulas presenciais a qualquer custo. Cheguei até a mencionar, no retorno à jornalista, que quando quiserem uma matéria para tratar sobre uma educação de qualidade, diferenciada, que levasse em consideração o indivíduo como um sujeito único, estaria à disposição.
Entendo que se fosse para falar sobre o modo mais seguro para voltar às aulas ou para promovermos juntos, escola e imprensa, uma campanha de vacina para profissionais da Educação, eu e toda a minha equipe seríamos parceiros(as)! Essa seria uma pauta relevante, justa e extremamente necessária! Aliás, diga-se de passagem, ainda que timidamente, estamos fazendo nossa campanha.
Queremos estar com a escola aberta. SIM, queremos estar no presencial! A educação infantil e o fundamental I, etapas que oferecemos, aconteceram e seguem acontecendo virtualmente, mas de fato fazem sentido e se tornam especialmente enriquecedores quando ocorrem na sala de aula, no espaço da escola! E, para isso, para a continuidade e ampliação do presencial, precisamos de SEGURANÇA para todos(as), da proteção máxima possível, que, neste momento, significa VACINA!!!!!!
Sabemos que nosso protocolo é seguro. Sabemos que somos um espaço privilegiado e que nossa comunidade está atenta e é parceira. Mas queremos mais! Queremos trabalhar em paz e queremos que todos(as) – alunos(as), professores(as) e demais funcionários(as), equipes pedagógica e administrativa de todas as escolas – tenham direito a esse mínimo de tranquilidade para seguir.
Sigamos, então, nessa busca! E cuidemo-nos!
(*) Diretora da Projeto.