Vanessa Vidor Duarte (*)
Hoje iniciamos o trabalho de artes visuais sobre a obra da artista convidada pela escola neste ano, Elida Tessler. A artista trabalha, sobretudo, com a palavra. Pediu que escolhêssemos uma palavra, para escrever em um prendedor de roupa e montar um varal imaginário.
Esperança. Foi a primeira coisa que veio na cabeça, acho que um reflexo dos tempos que a gente vive. Mas, aos poucos, ouvindo relatos de outras e outros colegas, me dei conta de que dentro da esperança está a palavra espera. E aí percebi como as palavras acabam falando mais da gente do que a gente pensa.
Eu espero que a esperança não termine em mim.
Espero que a esperança não me abandone.
Espero ver sempre a esperança surgir depois de um temporal.
Espero ver a esperança quando acordo e tem sol, quando começa o verão e a chuva molha a grama.
Não está muito fácil ter esperança. Nós esperamos demais ultimamente. Esperamos uma doença acabar, esperamos uma vacina chegar. Esperamos um país acordar, esperamos dias menos sufocantes.
Esperamos. Espero. Espero que a esperança não acabe.
(*) Professora do 5º ano na Escola Projeto.