Aline Jardim (*)

Foi muito mais do que uma viagem de estudos. Foi uma viagem ao passado; uma fuga da rotina; um momento de admiração pelo trabalho realizado pelas professoras, orientadora da escola e demais integrantes da equipe que nos acompanhou; um alento e um sopro de esperança, pelo que vi na relação entre as crianças, e no trabalho que é feito de preservação histórica e do meio ambiente.
Não recordo quando a viagem ao litoral entrou em nossas conversas, mas com certeza a dúvida que ela trouxe à minha filha foi de tirar o sono, ou melhor, foi em saber se conseguiria, ou não, dormir longe de casa (ainda que já tivesse experimentado tal situação em outras oportunidades). Eu, como mãe superprotetora, só tinha uma certeza, ela tinha que participar.
Uma das minhas melhores recordações do colégio é justamente uma viagem ao litoral, com direito a passeio no CECLIMAR e na beira da praia à noite. Por isso, a viagem, para mim, teve gostinho de volta ao passado, um passado divertido, que queria que minha filha experimentasse.
E eu fui sorteada, e eu tive muita sorte de poder aprender uma pouco mais, revisar alguns conhecimentos, conviver com tanta gente bacana e, principalmente, com as crianças.
Fiquei impressionada com a dedicação da Raquel, da Caliana e da Michele, e, em especial, em como as duas professoras conseguem lidar com tantas crianças e com as mais diversas demandas que decorrem dessa relação, que é muito mais do que apenas de ensino.
Visitar o CECLIMAR, encontrar uma “Maria-farinha”, descobrir o que é um sambaqui, visitar o Parque Tupancy, foram algumas das nossas aventuras nesses dias. E ainda que não tenhamos visto um Tuco-tuco, pudemos encontrar o “Cusco-cusco das dunas”, o “tijolo das dunas”, entre outras espécies “raras”. Porque, além do estudo, também teve diversão, como cantar uma música muito “profunda”, para passar o tempo, que até hoje ecoa na minha memória (“Vomitaram, no trem. Era só macarrão. Pedacinho de carne, farelinho de pão. Tinha um cara maluco, que lambia o chão, o nome dele era…”).
Dentre tantas coisas que pude viver nessa ida ao litoral com o 4º ano, ficou o reconhecimento pela paciência e carinho da Raquel e da Caliana para com as crianças, pelo esforço da Michele para que tudo corresse como planejado, e o respeito pelos outros profissionais que nos acompanharam e que encontramos no percurso, dividindo conosco informações e nos mostrando como é importante e difícil o trabalho de preservação da natureza. Ficou a vontade de poder fazer isso outras vezes, e de entender todo o esforço da escola para proporcionar essa viagem de estudos, que é também uma experiência de/para vida das crianças.
(*) Mãe da Antônia, do 4º ano, e advogada.