Flavia Malta Branco (*)
Sexta-feira, 22 de outubro de 2021, noite de festa de Halloween da escola de inglês. Nestes tempos de pandemia, uma das poucas oportunidades que o meu pré-adolescente, e alguns dos amigos, têm para estar sem a companhia dos pais.
Tudo planejado porque o tempo era escasso: sair da escola já fantasiado, ir na Lancheria comer um xis e rumar para a van que iria fazer o trajeto até a fazenda, em Gravataí, onde a noite horripilante aconteceria ao ar livre!!! Os pré-adolescentes em um misto de alegria por estarem juntos e medo das coisas assustadoras que poderiam encontrar.
Devidamente alimentados e fantasiados, vinha a minha parte na aventura: levá-los até a van no trânsito de final de tarde de uma sexta-feira. Como boa motorista, fiquei concentrada no meu ofício enquanto a conversa corria no banco de trás.
Mas eis que escuto comentários que não envolviam a esperada festa, a iminente aventura. Falavam da escola, dos conteúdos que estavam estudando, especialmente dos de Matemática: das expressões numéricas, das frações, de números decimais. Falavam com alegria! E então escuto: “Já imaginaram quando a gente estudar as expressões numéricas que têm x?! Deve ser muito legal ter que descobrir o valor!!”, “E tem umas que têm x e y! Nossa, deve ser muito complicado!”.
Bom, dada a empolgação e deixando o meu lado professora de matemática falar, disse que algumas equações eles já sabiam resolver. Perguntei o resultado de uma equação só com x e eles responderam muito rápido! Aproveitei o embalo e perguntei como eles poderiam resolver a equação x+y=4. Então eles começaram a dizer os possíveis valores tanto de x quanto de y. Observaram que existe mais de uma solução, que trocando os valores de x e y encontravam outra resposta possível. E devo ressaltar que um deles sugeriu uma resposta com um número negativo, corretamente!
Depois dessa conversa, que não precisou de papel ou caneta, percebi mais uma vez que, há 6 anos, fizemos a escolha certa de escola para o Pedro. Na Projeto eles têm liberdade para se expressar, para desenvolver o raciocínio, sem medo de errar. São apresentados à Matemática através de desafios, vão descobrindo os seus encantos. E gostam, querem mais! E como não gostar quando de fato se entende?! Esse alicerce forte, baseado no desenvolvimento da curiosidade e do raciocínio, eles vão levar para as novas escolas, no ano que vem, e para a vida.
Cheguei no meu destino tão feliz quanto os meus passageiros!
(*) Mãe do Pedro Branco/5º ano e Professora.