Texto imperdível do paulista Ricardo Azevedo, autor e ilustrador de vários livros infantis e juvenis, além de pesquisador e estudioso da literatura, publicado na Revista Rascunho, em março/2017.
Destacamos dois trechos:
“Nos dias de hoje, infelizmente e pelas razões expostas, são poucos os leitores adultos de literatura e poesia. A leitura tornou-se algo meramente utilitário e está cada vez mais associada a manuais técnicos e informativos.
Ao que tudo indica, interessa ao estilo cultural dominante formar, antes de mais nada, técnicos, consumidores, acríticos e despolitizados.
‘Analfabetos sociais’ na definição de Lasch.
É pena pois trata-se de formar pessoas incapazes de criar ficções e utopias.”“Literatura de ficção e poesia são coisa séria. Fazem repensar, redescrever, ressignificar a vida, a nós mesmos e os outros.
Falam de dor, de paixão, de rejeição, de medo, de dúvida, de contradição.
Fazem com que a gente repense e tente redescrever a gente mesmo.
Elas nos humanizam, pois ressaltam as contradições, as ambiguidades, as incoerências, os sofrimentos e as alegrias típicas do ser humano.
A literatura de ficção e a poesia são o contrário da anestesia e da alienação. Fora isso, por serem discursos subjetivos, podem contribuir para que a gente aprenda a expressar melhor e com mais clareza o que queremos e o que sentimos.”
Mas não deixe de ler na íntegra: http://rascunho.com.br/sobre-ficcao-e-utopia/