Alberto Grave e Sara Trombini Grave (1)
Nossa filha, Melissa, vem de outra escola, trazendo muita expectativa e ansiedade para a entrada no primeiro ano: novos colegas, professora nova, enfim, um mundo novo a ser descoberto.
Quietos, mas rezando muito, estávamos também na expectativa.
Chegou o grande dia, 18 de fevereiro de 2019. Confere mochila, OK; uniforme, OK; lancheira, OK; aluna Melissa, depois de um breve suspiro, OK.
Deixamos nossa princesa na escola. Houve por parte dela, e também nossa, certo frio na barriga, mas vamos lá! Beijos e abraços de despedida e até depois…
Chegou a hora de pegar as crianças, nós na expectativa e lá vem ela… Sorrisão gostoso no rosto, dizendo que adorou, que foi um dos melhores dias de sua vida. Ufaaaa, que alívio!
Obrigado, Escola Projeto, pela acolhida calorosa.
Sempre novo e diferente
Deborah Vier Fischer (2)
Conviver na/com a escola é sempre um grande desafio. Diariamente nos chegam situações a serem resolvidas, pensadas, repensadas. Algumas bacanas, outras nem tanto, mas todas, de algum modo, precisam ser olhadas, consideradas. Algumas nos tomam horas e até dias, outras são facilmente encaminhadas.
Não existe um dia igual ao outro quando se trata de escola. Por mais que tenhamos uma rotina, o fato de trabalharmos em um espaço de gentes torna tudo sempre novo e diferente.
E quando começa o ano então? Quanta expectativa! Quantas coisas para pensar! Quanto material para deixar organizado! Como a escola estará para receber as famílias? E as crianças? O que não podemos esquecer? Como garantir uma boa acolhida para as famílias que retornam e para as novas, que chegam trazendo suas expectativas, ansiedades, curiosidades?
Isso tudo só reforça o papel primordial da educação, escola em especial. Somos o espaço das relações, do convívio coletivo, do toque, do olhar. Somos o lugar das aprendizagens que valem para uma vida. Um sorriso na entrada da escola, um bom dia ou boa tarde dado com vontade, uma professora ou professor que chega perto da gente para perguntar se precisamos de ajuda, o cálculo difícil, cujo resultado foi encontrado, o lanche gostoso que vem de casa, a hora do pátio em parceria, a leitura na biblioteca, a hora da saída e o adeus, seguido, quem sabe, de um combinado de “mais tarde a gente se encontra?” – pequenos momentos que merecem nossa atenção e cuidado.
É por isso que cada gesto, por menor que possa parecer, faz muita diferença para quem entende a escola como lugar de potência, como espaço de encontros e de realização da vida que pulsa com força. É por isso que nos emocionamos quando recebemos retornos de famílias recém-chegadas, que se aventuram em narrar e compartilhar com outras gentes a experiência de fazer parte da comunidade escolar. É, de fato, tudo sempre novo e diferente. E como é bom que seja assim!
O depoimento da família Grave, em nome do Alberto e da Sara, “família nova” da Projeto, que nos trouxe a Melissa, aluna do 1º ano, turma 13, é um exemplo do quanto a escola tem esse poder de envolver a todos e todas e, ufa, que alívio!, fazer com que essa convivência possa ser afetuosa e muito produtiva para as pessoas envolvidas. Entendemos que é nosso papel voltar esforços para fazer da escola um espaço de acolhida e de bons encontros: com o outro, com os saberes, com o sempre novo e diferente.
(1) Pais da aluna Melissa/Turma 13.
(2) Coordenadora Pedagógica Geral da Escola.
Ilustração: Christine Roussey